As relações comerciais de Venâncio Aires com a Rússia e a Ucrânia chegaram a 4,2% em exportações em 2021 e, por isso, podem ser afetadas com o conflito entre as duas nações. Os negócios com os dois países em 2021 movimentaram mais de US$ 22,8 milhões. Para a Rússia, foram US$ 16,7 milhões, representando 3,07% de participação na balança comercial. Já para a Ucrânia as exportações fecharam o ano com US$ 6,17 milhões negociados, com 1,13% de participação no total da balança comercial local.
Em 2022, as exportações para a Rússia, somente em janeiro, já movimentaram US$ 1,94 milhão, representando 2,14% de participação. A Rússia movimentou US$ 1,94 milhão, com 2,14%.
O principal item negociado com ambos países é o tabaco. As empresas com sede na Capital do Chimarrão não têm negócios de importação de mercadorias diretas com os dois países do leste europeu.
O professor dos cursos de Relações Internacionais e Economia da Unisc, Bruno Mendelski, chama atenção para a importância econômica estabelecida com os países. “Pode parecer pouco, mas a gente está falando de dezenas de milhões de dólares e essa é uma quantia muito significativa para as empresas. Todo esse processo de exportação ativa a economia da região, são trabalhadores nas fábricas, nas produções, dependendo dessas vendas e os municípios, especialmente Santa Cruz e Venâncio, dependem muito dos impostos pagos por essas indústrias para o seu orçamento, então essa é uma questão que a gente também tem que observar”, avalia.
Mas não para por aí. O município essencialmente agrícola, assim como o RS e o Brasil, depende dos fertilizantes por lá produzidos, além da interdependência global de energia com o petróleo e da ligação com a cadeia de alimentos. O professor lembra que 25% dos fertilizantes que o estado compra vêm da Rússia sendo um dos três estados que mais importa. Também estão entre os cinco produtos mais importados pelo Brasil.
“Esse produto tem uma importância muito forte para a economia do RS e de Venâncio especialmente se a gente constatar que cerca de 40% das exportações do RS, entre elas um produto chave que Venâncio Aires vende para o exterior que é tabaco, também soja e milho, todos eles são potencialmente necessitados de fertilizantes. Se o conflito continuar pode haver uma dificuldade em abastecimento. Então, potencialmente pode ocorrer um aumento de preço desse produto e, consequentemente pela escassez, um aumento dos preços dessas commodities que o RS e Venâncio produz e exporta”, explica Mendelski.
FOTO: Divulgação/AI Sinditabaco