Apesar das perdas com estiagem, receitas agrícolas aumentam em Venâncio

Olá Jornal
fevereiro23/ 2022

As receitas geradas pelo setor primário em Venâncio Aires ao longo de 2021, apesar da estiagem, garantiram crescimento. Se comparado ao ano anterior, o resultado teve crescimento de 40,13% quando foram movimentados no município R$ 412,9 milhões com as safras produtivas do campo. Os dados do Valor Bruto de Produção Agrícola (VBPA) ainda estão sendo computados, já que parte das vendas do ano são concluídas no primeiro trimestre.

A principal cultura do território venâncio-airense, o tabaco, não registrou na cidade grandes prejuízos com a estiagem, uma vez que o maior volume já estava colhido e em processo de secagem. Com isso, o segmento movimentou ao longo do ano passado mais de R$ 177,7 milhões, representando sozinho 49,63% do total gerado no setor primário local. Se comparado com 2020, as receitas com tabaco em Venâncio tiveram crescimento de 22%, já que movimentaram mais de R$ 145,5 milhões.

PROTEÍNA
As receitas com proteína animal devem ganhar mais espaço em Venâncio Aires. Somente o setor de aves em 2021 movimentou mais de R$ 65,8 milhões, e deve seguir crescendo com pelo menos 10 novos aviários que serão implementados no território venâncio-airense. Já a produção de suínos, representa 11,6% das receitas geradas na agricultura local. Esta cultura movimentou ao longo do ano passado R$ 55,7 milhões.

A bovinocultura também deve ampliar a participação nos negócios agrícolas do município. Ao longo de 2021 movimentou na cidade mais de R$ 16,3 milhões.

Fonte: Emater V.Aires

NOVA SAFRA
Ao avaliar os resultados da agricultura, o engenheiro agrônomo e chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar, Vicente Fin, afirma que as perdas com a seca foram amenizadas com a valorização de algumas culturas agrícolas no mercado. “A qualidade do tabaco e o incremento no valor pago ajudaram a puxar os resultados. Os grãos foram os mais afetados no período de estiagem. Milho safra tem perdas calculadas em 50% da área de cultivo. Já a soja registrou perdas de 20%.”

Conforme Fin, ao longo desta safra, o setor de proteína deverá registrar aumento de custos produtivos, por conta da quebra na produtividade de grãos. “A produção animal vai sofrer por conta da elevação dos custos. A seca também vai impactar as produções de hortaliças, frutas, mas mesmo assim o Valor Bruto da Produção Agrícola deve crescer em 2022,” destaca.

Apesar do aumento dos custos produtivos, a valorização dos produtos também pode garantir maior crescimento de receitas no setor primário. “Os preços pagos tendem a compensar as perdas,” afirma.
Na avaliação do profissional, o desafio para equilíbrio nos preços engloba também a produção de grãos em outras regiões do país. “A estiagem teve impacto para os produtores que dependiam de milho. A situação vai impactar bastante na cultura dos suínos. Mas se tivermos uma boa safra em outras regiões do país, poderá ocorrer uma compensação.”

DESAFIOS
Para o novo ciclo produtivo, Fin destaca a importância de ampliar os programas que promovam a captação, reserva e gestão da água nas propriedades rurais. “É preciso pensar em políticas públicas para a reserva de água. Essas iniciativas são fundamentais, missão fundamental para amenizar perdas. Viemos de uma segunda estiagem prolongada, e que deve seguir ocorrendo no estado,” conclui.

Olá Jornal