De todos os setores acompanhados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em Venâncio Aires o destaque nas contratações este ano está na indústria de preparação de couros e fabricação de calçados. Este segmento em 2021 já registra aumento de 123,45% nas contratações. O percentual leva em consideração o estoque de empregados no segmento, e setembro deste ano a cidade fechou com 324 trabalhadores com carteira assinada. No ano passado, o volume de contratados encerrou em 145.
Neste ano, segundo o Caged, até setembro o saldo de empregos gerados foi de 179, já que o período registrou 116 desligamentos contra 295 contratações. Em 2020, ano com maiores restrições por conta da pandemia, a indústria do segmento de couros e calçados fechou o período com redução de 25,26% no estoque de empregos. No período, o saldo foi negativo de 49 postos de empregos. No ano foram contratados 79 trabalhadores e desligados 128 contratados.
O aquecimento no setor em Venâncio Aires é reflexo também do que o segmento vive no Rio Grande do Sul. Com exportações em alta, o setor tem ampliado as contratações, e de janeiro a setembro deste ano as indústrias calçadistas já abriram mais de 8,24 mil vagas.
Além disso, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados de Venâncio Aires afirma que neste ano novas empresas surgiram, como terceirizadas de outras companhias, o que ajudou na elevação dos contratos. “Com o incêndio da Beira Rio em Mato Leitão, parte da produção foi terceirizada, fazendo surgir em Venâncio duas novas empresas do ramo. Desde 2009 não tínhamos linhas de montagem de calçados, é um movimento positivo,” destaca o presidente João Emerson Dutra Campos.
Segundo o dirigente, as expectativas é de aumento maior nos contratos até o fim do ano. “Se manter a tendência o crescimento seguirá crescendo até o fim do ano. Além das novas fábricas, também temos o aquecimento das vendas e exportações que estão puxando as novas vagas de emprego no setor,” projeta.
ESTADO
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, apontam que, em setembro, o segmento liderou a criação de postos de trabalho formais na indústria de transformação gaúcha. São quatro meses consecutivos com saldo positivo, desempenho animador enquanto as taxas gerais de desocupação permanecem altas no país.
Segundo as entidades ligadas às indústrias do setor calçadistas, parte dessa performance do setor está ligada à reabertura das atividades, possível graças aos efeitos do avanço da vacinação, com a queda dos números da covid-19 como consequência. A maior circulação de pessoas tem relação direta com o aumento do consumo de calçados. Ao mesmo tempo, o dólar alto favorece as exportações.
FOTO: Divulgação/AI Abicalçados