As expectativas para a atual safra de tabaco são favoráveis para o produtor de tabaco. A projeção é apontada pelo presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner. Para o dirigente, a qualidade desta safra deve garantir bom rendimento aos produtores. “O cenário atual é positivo para os produtores. O clima tem sido favorável para uma boa qualidade da safra, especialmente na nossa região. A expectativa é de uma boa lucratividade para o produtor,” destaca.
Apesar da elevação dos insumos agrícolas, Werner aponta que os custos totais da elevação não devem atingir a atual safra. “As indústrias garantiram a compra dos insumos antes desta elevação maior. Com isso, o rendimento médio projetado deve ser bom para os produtores de tabaco,” afirma.
REDUÇÃO
Apesar da safra positiva que se desenha, o dirigente da Afubra afirma que a redução no número de famílias na atual safra já estava prevista e deve seguir em queda pelos próximos anos. A entidade estima que o número de famílias que plantam tabaco tenha redução de 5,9% no atual ciclo. Para Benício, a diminuição ocorre por fatores diversos. “O crescimento da produção de soja e milho, por exemplo, que têm melhor lucratividade em grandes propriedades. Outro ponto é a industrialização das cidades, onde os filhos de produtores acabam trabalhando nas indústrias. Além da aposentadoria dos agricultores, que não têm a sucessão das propriedades,” comenta.
Atualmente, segundo dados da Afubra, a região Sul do país conta com 137,6 mil famílias produtoras. “A redução tem ocorrido de forma gradual, também em função da diminuição do consumo de tabaco. Não há uma ruptura nesta produção, aos poucos os produtores estão migrando para outras culturas e buscando outras fontes de renda. Este cenário estamos verificando desde 2005, quando o Brasil entrou para a convenção-quadro para o Controle do Tabaco, aumentando as políticas antitabagistas,” relata.