Ao atingir a marca de 11 mil testes, a Unisc se prepara para atuar no sequenciamento genômico do novo Coronavírus (Covid-19). O trabalho realizado desde abril do ano passado foi essencialmente para atender ao município de Santa Cruz do Sul que prontamente formalizou parceria com a Universidade assim que a pandemia iniciou.
Agora, a Unisc dará um novo passo aprimorando o seu trabalho ao identificar as cepas dos materiais coletados, o que atualmente é feito fora. De acordo com a diretora de inovação da Unisc, Andreia Valim, o monitoramento genético deve estar disponível até o fim do ano. A estrutura está sendo montada e preparada para testar e implementar a rotina de amostras. “Nós estamos dentro de uma rede de olhar para nossa região”, avalia.
O novo trabalho dará mais agilidade a identificação de novas variantes na região. Na última semana, foi identificada a variante Delta em testes encaminhados pela instituição para mapeamento. Andreia explica que foram enviadas 18 amostras de agosto e setembro mas nem todos os genomas puderam ser recuperados. No total de nove sequenciados e identificados, oito deles continham a variante Delta e um a variante P.1, que tinha predominância até aqui, o que significa que o perfil do vírus já mudou.
“A gente está muito preocupado porque já foi identificado, a grande maioria, posso dizer a grande maioria absoluta da variante Delta aqui na nossa região, que é uma variante de preocupação, porque é uma variante que se coloca com níveis de gravidade e de infecciosidade mais elevados, então estamos atentos a isso”, afirma.
PARCERIA
Andreia destaca que a chegada à marca de 11 mil testes é a soma de diversas parcerias, mas que sem o município de Santa Cruz não seria possível. “Sem a parceria com o município de Santa Cruz a gente não teria feito esse importante número de análises, sem dúvida quem mais tem demandado análises é o município”. Além da prefeitura, foram estabelecidas parcerias com laboratórios de análises clínicas, que precisam de resultados rápidos, especialmente para pessoas que têm viagem marcada e necessitam de laudo recente de 24h ou 48h, e empresas que realizam monitoramento em seus trabalhadores.
O início dessa trajetória foi em abril de 2020, quando 5 mil testes foram disponibilizados pela prefeitura em um investimento de R$ 400 mil. De lá pra cá a parceria, que também envolveu empresas que emprestaram equipamentos, se consolidou e garantiu agilidade em momentos em que o principal e único laboratório público do estado (Lacen) não dava conta da demanda. E ainda continua garantindo.
Andreia explica que o município tem priorizado enviar as amostras para a Universidade mantendo a parceria que está aberta a demais prefeituras. “A gente se colocou à disposição de outros municípios caso queiram fazer esse tipo de parceria, para nós vai ser um prazer, uma satisfação, porque temos as condições aqui de realizar os testes, temos pessoas qualificadas”.