A colonização das terras do Vale do Rio Pardo e Taquari tiveram importância na potencialização do desenvolvimento. No próximo 25 de julho, Dia do Colono e Motorista, vale a reflexão dos aspectos históricos que ajudam a compreender o crescimento desta região. Diferente de outras localidades no país, a região dos Vales inicia o processo de colonização européia, que a partir destas terras fizeram o desenvolvimento regional. As primeiras famílias chegaram aos Vales em 1849. Estes colonizadores têm no seu potencial a vocação agrícola.
Mas como os primeiros imigrantes, que a partir desta terra fizeram do Vale um polo econômico e em franco crescimento há mais de 170 anos? Para o professor doutor e pesquisador, João Paulo Reis Costa, parte deste potencial veio por conta da Lei de Terras (Lei de 1850, que apresentou novos critérios com relação aos direitos e deveres dos proprietários de terra), que garantiu aos novos colonizadores o direito à posse da propriedade. “Isso foi uma evolução, que permitiu a estes imigrantes o direito da sua propriedade e condições diferentes para empreender, com leis que protegiam a sua estada pelo Brasil. Até então isso não ocorria com colonizadores que chegavam ao país,” explica.
Diferente de Rio Pardo, cidade imperial que integra a área regional, as novas localidades de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires ampliaram a presença de imigrantes germânicos em pequenas propriedades. “Na região Sul e em Rio Pardo existiam grandes latifúndios. A nova realidade dos imigrantes no Vale do Rio Pardo envolve pequenas propriedades, com foco na produção de alimentos. Só no início do século 20 é que o tabaco começa a ganhar destaque,” destaca Costa.
TABACO
O crescimento impulsionado por nossos colonizadores está ligado ao potencial de negócios gerados pelo tabaco. Na avaliação do historiador, a “expertise” de mais de 100 anos de produção nas propriedades rurais do Vale garantiu à produção local ser referência em qualidade e produtividade no mundo. “Ao longo de gerações a produção de tabaco foi aprimorada na região, passando de famílias e profissionalizado como negócio. Esta trajetória é fundamental para transformar a região da forma que vivemos atualmente. A colonização está diretamente ligada à produção do setor primário e isso fez do nosso Vale do Rio Pardo ser esta região em potencial de desenvolvimento,” argumenta o professor.
POTENCIAL
Segundo dados da Secretaria Federal de Desenvolvimento Territorial, atualmente o Vale do Rio Pardo conta com 155,7 mil pessoas vivendo no perímetro rural. São 34.406 estabelecimentos de agricultura familiar, ou seja, pequenas propriedades. Da população rural, 97.786 tiram o seu sustento por meio da produção agrícola nas pequenas propriedades.
As informações são acompanhadas pelo Atlas do Desenvolvimento Humano e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).