Nova vacina contra a Covid-19 testada no Brasil usa planta de tabaco como tecnologia

Olá Jornal
abril17/ 2021

A nova vacina contra a Covid-19 a ser testada no Brasil usa uma espécie de planta de tabaco como tecnologia. A candidata teve o ensaio clínico, realizado em seres humanos, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último dia 08. O estudo incluirá até 30 mil voluntários, distribuídos entre o Canadá, Estados Unidos, além da América Latina, Reino Unido e Europa, sendo 3,5 mil no país. Caso aprovada, será a primeira vacina contra o vírus derivada de planta do mercado.

O desenvolvimento clínico é patrocinado pela biofarmacêutica Medicago, sediada no Canadá, e pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), sediada em Londres, Reino Unido, que é responsável pelo desenvolvimento do adjuvante da vacina (substância utilizada para potencializar a capacidade do antígeno). É composta da proteína S expressa em forma de partículas parecidas com vírus (VLPs), coadministradas com um adjuvante, em duas doses com intervalo de 21 dias entre as doses. Este é o quinto estudo de vacina contra o novo Coronavírus autorizado pela Anvisa.

TABACO
O material da vacina foi gerado em uma espécie da planta do tabaco (Nicotiana benthamiana), também chamada de tabaco selvagem, tecnologia na qual a Medicago é líder. De acordo com a empresa, esta espécie é o hospedeiro experimental mais utilizado em virologia de plantas, devido principalmente ao grande número de vírus que podem infectá-la com sucesso. “Seu sistema imunológico enfraquecido, resultado de mudanças genéticas naturais ao longo de milênios, significa que o material genético pode ser hospedado com sucesso pela planta e não rejeitado”.
A tecnologia a base de plantas tem sido utilizada em diversos produtos na indústria farmacêutica. Recentemente foi a opção para pesquisas contra o vírus ebola e da gripe devido ao baixo custo de manutenção e pela resposta mais rápida.

De acordo com a diretora de Inovação e Empreendedorismo da Unisc, Andréia Valim, as técnicas de manipulação genética e de proteínas são as mesmas tanto em plantas como em métodos tradicionais. “O fato de ser em plantas requer menos protocolos quando comparado com produtos desenvolvidos para os seres humanos”, explica.
Doutora em Biologia Celular e Molecular, a pesquisadora afirma que o tabaco é uma boa opção. “É uma excelente biofábrica pela sua capacidade de gerar proteínas, resultantes da inserção de genes de interesse”.

A Philip Morris Investments BV (PMIBV), subsidiária da Philip Morris International (PMI), é acionista da Medicago e anunciou em outubro do ano passado sua contribuirão com fundos adicionais. “Temos o prazer de apoiar o trabalho da Medicago para desenvolver, substanciar, fabricar e disponibilizar uma vacina candidata Covid-19,” afirmou na época o CEO da PMI, André Calantzopoulos.

FOTO: Divulgação/Medicago

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