Após o mês mais fatal no enfrentamento a Covid-19, com 52 óbitos em março no município, mais do que o total dos 11 meses anteriores, a região também se prepara para o abril que promete ser triste. Em âmbito nacional, pesquisa aponta que o Brasil deve registrar 100 mil óbitos por complicações causadas pela doença. Na região a projeção segue em alerta, por conta da ocupação dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
Os reflexos do movimento nas ruas da cidade devem ser sentidos em até 10 dias, segundo a coordenadora da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, Mariluce Reis. Para a gestora, o mês de abril será de atenção, por conta da letalidade do vírus ao longo do mês de março. “Ainda estamos com muitos pacientes internados em UTIs que contraíram o vírus nos primeiros dias de março. Com o elevado número de leitos ocupados, precisamos focar em diminuir os novos casos da doença e garantir o atendimento dos pacientes já internados,” comenta.
Um levantamento é realizado pela 13ª Coordenadoria, com sede em Santa Cruz do Sul, para analisar o número de óbitos após intubação em UTIs da região. A regional abrange 13 municípios e uma população de 327 mil habitantes. Atualmente, a região conta com 60 leitos de UTI. Nesta segunda-feira, 05, a ocupação era de 92,7%. Em Venâncio Aires, o Hospital São Sebastião Mártir, tinha taxa de ocupação dos leitos intensivos de 69,6%, até esta segunda. Atualmente, segundo o Governo do Estado, estão habilitados na casa de saúde 23 leitos de UTI.
Conforme a previsão do levantamento de letalidade, na região, a cada 10 intubados, sete vieram a óbito (cerca de 70% de letalidade). O relatório completo sobre o assunto deverá ser divulgado nos próximos dias. “Precisamos diminuir os números das internações. Nos últimos dias a ocupação de leitos normais, fora das UTI, teve uma redução e precisamos manter essa descida da curva, especialmente após o feriadão,” destaca Mariluce.
BRASIL
O número regional de mortes após internação em UTI é menor do que a média nacional. Entre novembro de 2020 e março deste ano, oito a cada dez pacientes com Covid-19 intubados em UTIs do Brasil morreram, segundo dados do Ministério da Saúde compilados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A taxa de mortalidade de pacientes internados no país, de 83,5%, é uma das maiores do mundo.
ABRIL
A projeção é de continuação dos casos positivos de Covid-19 em alta. Para reverter a situação, e garantir que a projeção não se confirme, Mariluce lembra dos cuidados básicos. “Seguir os protocolos é fundamental neste momento, especialmente os cuidados de distanciamento. Além disso, realizar a vacina, vai nos ajudar a controlar a situação e evitar a superlotação dos serviços, a exemplo do que ocorreu no mês de março,” explica.
Março também foi o mês mais mortal da pandemia no Brasil, com 66 mil óbitos ligados à Covid-19. Em abril, o país deve registrar 100 mil mortes, segundo prevê uma análise do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Até 31 de março, o país somava um total de 321 mil vítimas do novo Coronavírus. A análise da instituição estima que esse número deverá saltar para 422 mil até 30 de abril. Em Venâncio Aires nos quatro primeiros dias de abril já foram contabilizados quatro óbitos por complicações causadas pelo vírus.
FOTO: Divulgação/AI HSSM