Após a análise de dados técnicos e científicos sobre o avanço da pandemia, os prefeitos que integram a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) decidiram por implementar um novo lockdown regional a partir da noite desta sexta-feira, 12, até a madrugada de segunda-feira, 15.
Na assembleia extraordinária desta manhã, o assessor técnico da entidade e médico infectologista Marcelo Carneiro relatou a situação crítica nos hospitais da Região 28. Às 13h, o painel da Secretaria Estadual da Saúde apresentava uma taxa de ocupação de 128% dos leitos de UTI Covid, e 106% nos fora de UTI. O uso de respiradores também seguia acima de 106%.
“Em um ano de pandemia, é a primeira vez que existe a real possibilidade de faltar respiradores. O suporte de atendimento está chegando num esgotamento. A curva de uso de oxigênio triplicou e aquelas cenas que assistimos na TV de outros Estados estão perto de acontecer por aqui”, afirmou Carneiro.
Baseados nessas informações e nos relatos de que já estaria havendo uma leve redução no número de novos casos e de pessoas com o vírus ativo, os gestores municipais optaram por repetir as restrições de circulação de pessoas com maior fiscalização. Cada Município está autorizado a definir o período do lockdown e quais serviços e estabelecimentos essenciais funcionarão.
“Só tá abrindo vaga na UTI quando alguém morre. Isto é muito sério e grave. A comunidade precisa compreender a necessidade de mais um lockdown. São dois dias para ficar em casa que farão a diferença ali na frente, todos têm de colaborar nesse momento para cortar a circulação do vírus”, disse o prefeito de Vale do Sol e presidente da Amvarp, Maiquel Silva.
Maiquel ressaltou no encontro que o comércio e outros serviços estão fechados por causa das regras de bandeira preta estipuladas pelo governo do Estado. Ele citou o caso do município de Planalto, no norte gaúcho, que teve uma multa diária de R$ 50 mil fixada pela Justiça por permitir a abertura de estabelecimentos não-essenciais.
Para o prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, os números seguem alarmantes, mas “já começamos a enxergar uma luz no fim do túnel após os finais de semana de lockdown”.
Conforme a prefeita de Sinimbu, Sandra Backes, a região inteira está passando por uma situação muito preocupante. “Só mudamos de endereço, os problemas são os mesmos na sua maioria. Com muito trabalho de conscientização e fiscalização, conseguimos manter Sinimbu na regra 0-0, sem internações e óbitos. Mas agora já chegamos a 7 mortes e estamos com 15 internados no hospital. É fundamental esta medida que estamos tomando em nível regional para evitar um colapso maior”.
Compra de vacinas
A assembleia contou também com a participação da diretora executiva do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), Léa Vargas, e do assessor jurídico da entidade, Diogo Frantz. Eles fizeram uma atualização sobre a possibilidade da compra de vacinas pelos municípios e pelo Consórcio, informando que o problema esbarra na falta de imunizantes disponíveis.
Em entrevista na Rádio Gaúcha, a secretária de Saúde do Estado, Arita Bergman, também anunciou que o governo está na “situação de querer comprar vacina e não ter”. Uma farmacêutica chegou a dar a previsão de entrega de doses somente para o final do ano.
CRÉDITO: AI Amvarp