O abastecimento de oxigênio do Hospital São Sebastião Mártir está garantido, mesmo com aumento de 40% no consumo devido à pandemia. De acordo com o farmacêutico responsável técnico e coordenador de suprimentos da casa de saúde, Cássio Severo, o fornecimento está normalizado sem previsão de falta. “Hoje está tranquilo. Não há nenhuma previsão de informativo de desabastecimento, e esperamos que continue assim”.
A crise no abastecimento em Manaus ascendeu o alerta nas unidades de saúde de todo o país. O profissional afirma que o fato causou preocupação, no entanto, ressalta que o abastecimento é garantido pela empresa fornecedora Air Liquide, com base em Canoas. Além disso, ressalta que os estoques estão em dia. “Ficamos bem preocupados, mas sempre trabalhamos para manter estoques em dia”. Severo ressalta que a garantia do abastecimento está prevista em contrato com a empresa fornecedora que se responsabiliza por atender a demanda da casa de saúde.
O consumo médio de oxigênio líquido refrigerado, que é o utilizado por tubulação, saltou de 5.620m³ para 7.866 m³ por mês. O recorde durante a pandemia foi no mês de setembro de 2020, quando foram consumidos 8.372 m³. O aumento fez com que as entregas do gás medicinal pelo fornecedor ao hospital passassem de quinzenais para semanais e agora são bissemanais. O tanque reservatório possui capacidade de 3.300 m³ e, segundo coordenador de suprimentos da casa de saúde, nunca atinge o nível mínimo. O reabastecimento ocorre sempre quando o nível está pela metade.
Além do suporte de oxigênio por tubulação, o hospital ainda possui 23 cilindros de 8m³ e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 11 cilindros. Também há cilindros menores de 1m³ utilizados no transporte paciente para os leitos. Todos os cilindros são disponibilizados por comodato pela mesma empresa fornecedora.
PLANEJAMENTO
O planejamento das equipes é fundamental para garantir o abastecimento. Os dados repassados pelo auxiliar de compras, Marcos Eduardo Ribeiro, e pela equipe do setor de manutenção, por exemplo, bem como por todos os setores dos hospital, garantem maior resolutividade nos processos com comunicação direta e eficaz.
Ocupando a sexta posição no ranking de custos com insumos da casa de saúde, o fornecimento de oxigênio é alvo de análise periódica, que passa por verificação das condições da rede, desperdício e eficiência. Segundo o coordenador de suprimentos, o novo contrato firmado em 2011 garantiu a negociação dos serviços prestados reduzindo custo e garantindo a qualidade do produto. “Podemos dizer que temos um dos menores custos da região, o que nos foi possibilitado a partir da abertura da UTI quando pudemos rever custo e negociar um valor ainda melhor devido ao aumento de consumo”.
VITAL
A utilização de oxigênio é vital no atendimento aos pacientes com o novo Coronavírus (Covid-19). A médica infectologista, Sandra Knudsen, explica que o pulmão é o órgão mais acometido pela doença. “Sem oxigênio a gente sabe que, em poucos minutos, a pessoa morre e o cérebro tolera muito pouco tempo sem oxigênio. O Coronavírus, quando ele complica, a principal complicação é essa pneumonia que ele causa afetando o tecido pulmonar de forma e em graus variados”.
As sequelas da falta de oxigenação são diversas, desde uma fibrose pulmonar até traumas neurológicos. “Se o paciente tiver, por falta de oxigênio, uma parada respiratória dependendo do tempo que essa parada durar, pode ter sequelas neurológicas. Então isso tem que ser evitado ao máximo”, conclui a especialista.