A região dos Vales do Rio Pardo e Taquari conta com estrutura para dar suporte ao governo no Estado no armazenamento de vacinas contra o Coronavírus (Covid-19) por meio de suas universidades. Os ultrafreezers da Unisc e da Univates são capazes de atingir uma temperatura inferior à -70ºC, definida para a conservação das doses e certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As duas instituições já colocaram os equipamentos à disposição do Estado.
De acordo com a diretora de inovação e empreendedorismo da Unisc, professora Andreia Valim, a universidade possui cinco ultrafreezers, sendo quatro com 486 litros e um com 410 litros. Os equipamentos são usados rotineiramente e possuem materiais armazenados da própria universidade, no entanto, parte deles está à disposição caso seja adquirida a vacina que precisa ser armazenada a -70°C.
No entanto, ela acredita que a necessidade não será tão grande. “Inicialmente o governo do estado vai centralizar as doses e distribuir primeiramente aos profissionais de saúde na região metropolitana e depois nas regiões adjacentes. Então, não vai ser uma necessidade grande de volume porque não vai ter disponibilidade de vacina. As outras vacinas, a maior parte delas, não precisa desse tipo de armazenamento. A Coronavac, a Sinovac e até a Oxford requerem temperatura de armazenamento que os postos de saúde estão bem habituados a armazenar”, avalia.
A Univates vai disponibilizar um ultrafreezer com capacidade de 585 litros que comporte 200 mil doses da vacina em uma temperatura inferior à -70ºC. A diretora de inovação e sustentabilidade, professora Simone Stülp, afirma que a expertise de uma universidade é fundamental para o controle e combate à pandemia. “As universidades estão tendo um papel fundamental neste momento de pandemia. Seja no estudo da doença, desenvolvendo vacinas ou ainda em processos de desinfecção, além da disponibilização de infraestrutura para apoio às estruturas de saúde”, salienta.
LOGÍSTICA
A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann destacou o papel das universidades na rede de apoio às centrais de frio, com ofertas de freezers para armazenamento de doses, durante reunião de elaboração do Plano Estadual de Vacinação contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul ocorrida no dia 22.
“Estamos em condições de armazenar e distribuir todos os tipos de vacinas. A nossa rede de frio está organizada, temos experiência com o nosso Programa Estadual de Imunizações”, afirmou. A secretária ressaltou que o objetivo da estratégia de vacinação no Estado é reduzir o número de casos e de óbitos pela Covid-19, bem como a transmissão da doença, vacinando grupos prioritários com maior risco de complicações e também populações com maior exposição ao contágio, como os profissionais da saúde.
PLANO DE VACINAÇÃO
O Programa Estadual de Imunizações abrange uma extensão territorial de mais de 281,7 milhões de km², com 497 municípios onde vivem 11,4 milhões de pessoas. São 18 Coordenadorias Regionais de Saúde, com 18 Centrais Regionais de Frio, uma Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos, dois Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – Cries (um Estadual e um do município de Porto Alegre), além de cerca de 1,8 mil salas de vacinas em todo o RS.
A população estimada pelo Ministério da Saúde para receber a vacina contra a Covid-19 no RS é de 4,5 milhões de pessoas, incluindo todos os grupos tradicionalmente priorizados em outras campanhas. Para a produção de anticorpos, cada pessoa precisa de duas aplicações, o que determina que serão necessárias mais de 9 milhões de doses para a imunização dos gaúchos. Haverá um calendário a ser formulado, indicando cada uma das fases de vacinação, conforme os públicos-alvo. Os volumes de vacinas e insumos serão disponibilizados em remessas acompanhando cada uma dessas fases.
FOTO: Lucas George Wendt/AI Univates