É entre os meses de setembro e outubro que Venâncio Aires registra os maiores volumes de vendas ao mercado internacional. São meses que o ritmo das exportações aumenta, quase exclusivamente por vendas de tabaco processado na cidade, com destinado aos países asiáticos, em especial a China. Desde 2011, o volume dos negócios internacionais no último quadrimestre possui maior elevação, conforme dados do Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior.
Até o fim de agosto, as exportações de empresas instaladas em Venâncio Aires, somam US$ 260,09 milhões. O valor é 35,1% menor do que o registrado em igual período de 2019. Porém, no ano passado, as vendas internacionais tiveram recorde, já que parte das comercializações de 2018, foram compensadas no ano seguinte. Em média nos últimos 10 anos, só nos meses de setembro e outubro os valores negociados alcançam US$ 140 milhões.
Atualmente a participação dos negócios venâncio-airenses com o mercado exterior representam 2,8% do total de exportações do Rio Grande do Sul. A Capital do Chimarrão ocupa a 12º colocação entre os municípios exportadores gaúchos. Porém, a expectativa é de fechar 2020 com um saldo positivo significativo na balança comercial internacional. Isso porque, a alta do dólar, tem incentivado as vendas para o mercado internacional, apesar da pandemia do novo Coronavírus. Até o fim do ano iniciam os embarques de Venâncio Aires para o principal cliente: os chineses. Atualmente, praticamente não houve movimentação de negócios entre as empresas locais e o gigante asiático.
Até é o fim de agosto, o principal destino dos produtos das indústrias venâncio-airenses foi a Bélgica, principal destino europeu do tabaco brasileiro. Para o país foram comercializados, US$ 48,8 milhões, 49,7% superior a igual período de 2019. Na sequência aparece o Paraguai, com volume comercializado que soma US$ 33,5 milhões, com 4,8% mais vendas, se comparado com igual período do ano passado. Na terceira colocação de destinos está os Estados Unidos, com US$ 30,4 milhões entre janeiro e agosto. Neste caso, os negócios estão em queda, se comparado ao ano anterior, de -49,4%.
ANO PASSADO
Ao longo de 2019 as exportações de Venâncio Aires totalizaram US$ 692,9 milhões, garantido ao município a 8ª posição no ranking de exportadores gaúchos. Porém, o volume recorde envolveu vendas realizadas ainda em 2018, mas não embarcadas por problemas de logística. Só para a China foram embarcados US$ 256,6 milhões, o dobro do registrado no ano anterior.
ALTA DO DÓLAR
O dólar em nível elevado atinge a economia gaúcha de maneiras distintas durante a pandemia de Coronavírus. Por um lado, a moeda americana acima de R$ 5 estimula as exportações de itens básicos, como alimentos, cuja demanda segue em alta apesar da crise. Para setores industriais que dependem da importação de insumos, há motivos para preocupação.
Em 2020, o dólar acumula alta de 32,6%. Ao final de 2019, estava em R$ 4,0129. Durante a pandemia, chegou a raspar na barreira dos R$ 6 — o recorde nominal ocorreu em maio (R$ 5,9012).No acumulado do ano, as exportações industriais gaúchas atingiram US$ 6,7 bilhões, queda de 20,6% em relação ao mesmo período de 2019. Com as vendas no vermelho, as importações de insumos também recuaram. A baixa foi de 27,6% no intervalo, para US$ 4 bilhões.
FOTO: Divulgação SindiTabaco