Com mais mil de casos confirmados, o novo Coronavírus (Covid-19) caminha para atingir 20% da população de Venâncio Aires. A estimativa leva em conta que para cada diagnosticado possa haver até oito não diagnosticados, ou seja, os 1.134 casos registrados até esta sexta-feira, 04, podem representar 9.072 pessoas contaminadas.
A marca representa a metade dos 15 mil necessários para chegar aos 20% dos venâncio-airenses, porcentagem que indica a possibilidade de refrear a circulação viral.
Segundo a médica infectologista, Sandra Knudsen, o número é importante pois começa a indicar um novo momento da doença no município. “Nos coloca em um número de casos já expressivo no município. A gente começa a ter a esperança de começar a chegar perto também do número de 20% mais ou menos da população que já tem imunidade, o que a gente sabe hoje que pode refrear a circulação viral na localidade”, avalia.
Venâncio possuía, até esta sexta-feira, 04, 1.079 curados, 27 em recuperação domiciliar, 14 óbitos e 14 internados. Do total de internados, dois estão em hospital em Porto Alegre, um no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, cinco na UTI do Hospital São Sebastião Mártir e seis no setor Covid. Os suspeitos chegam a 76 sendo 74 deles em isolamento domiciliar e dois no hospital.
Os testes sorológicos adquiridos pelo município têm auxiliado nesse mapeamento do vírus. Além disso, Sandra afirma que a testagem é um ponto chave para indicar as ações a serem tomadas. “Como nós vamos agir daqui pra frente em relação ao controle social, ao isolamento, para evitar nova piora da curva da epidemia. Então os testes sorológicos que Venâncio Aires têm disponibilizado para a população são importantes nesse sentido não só no diagnóstico mas principalmente no conhecimento da evolução da epidemia no nosso município”.
PROTOCOLOS
A especialista considera a mudança nos protocolos de atendimento como fundamental na caminhada da doença até aqui. Inicialmente a orientação global de autoridades em saúde era de que o paciente buscasse ajuda na rede somente em caso de falta de ar. A medida que a doença tornou-se mais familiar aos profissionais, mostrou a necessidade de uma intervenção mais precoce.
“Isso caiu totalmente por terra nós mudamos totalmente essa conduta já faz algum tempo, então agora estamos estimulando o tratamento, o acompanhamento precoce dos pacientes no momento em que entendemos a fisiopatologia dessa doença. Nós aprendemos também que nós precisamos intervir antes então os pacientes não devem esperar a falta de ar”, explica.