Contratações na safra surpreendem e superam estimativas

Olá Jornal
agosto12/ 2020

Com cerca de quatro mil trabalhadores, as contratações na safra de tabaco estão além das expectativas iniciais quando do início da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Apesar do número ser menor do que o registrado na safra passada, que teve o total de 4,5 mil trabalhadores, a previsão era de que o cenário de incerteza econômica aliado às restrições preventivas, que limitam o número de pessoas em um mesmo ambiente, e à quebra na lavoura com a estiagem gerassem mais impacto no número de empregos.

A expectativa do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires em abril era de que o período chegasse a ter redução em 40% nas contratações, com aproximadamente 3 mil trabalhadores no total. Na época, esse era o número de pessoas já contratadas, no entanto, parte não teve os contratos renovados pois enquadraram-se nos grupos de risco.

Somente uma empresa teve que suspender cerca de 300 trabalhadores pertencentes ao grupo de risco como gestantes, hipertensos, diabéticos, maiores de 60 anos entre outros. Já a contratação de novos trabalhadores no lugar destes, era uma incerteza pois com menos tabaco para ser processado, devido as perdas da estiagem, a previsão era de que as empresas mantivessem as atividades com a mão-de-obra reduzida.

SURPRESA
De acordo com o administrador do sindicato, Ricardo Sehn, a compensação nas contratações foi justamente o ponto que surpreendeu. “A manutenção de basicamente a maioria dos empregos do ano passado foi uma surpresa. Provavelmente para suprir o número de trabalhadores afastados devido aos grupos de risco”, avalia.

As empresas ficaram paradas por 15 dias e se viraram como puderam recorrendo às medidas estabelecidas na Medida Provisória 927/2020 que prevê a flexibilização das relações de trabalho durante a pandemia. Entre elas antecipação de férias, banco de horas, redução da jornada de trabalho entre outras medidas.

Para Senh, o cenário contribuiu para que a safra fosse mais longa uma vez que para evitar aglomerações o número de trabalhadores por turno ficou reduzido. Ao mesmo tempo, o sindicalista ressalta a importância da atividade que segurou as pontas evitando que o município fosse mais afetado. “A safra colocou dinheiro no mercado. Não houve desemprego em massa, pelo menos por enquanto”.

SETOR EM DESTAQUE
Na avaliação do Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Cláudio Soares, a Administração Municipal teve um olhar diferente para o setor produtivo durante as medidas de restrições, no enfrentamento da pandemia.

“O Município entendeu que a matriz produtiva poderia seguir atuando, seguindo protocolos de saúde. Isso garantiu inclusive que as empresas instaladas em Venâncio Aires aumentassem o processo de tabaco, vindos de outras cidades com maiores restrições,” explica.

Outro ponto destacado pelo gestor está na qualidade do produto local, que gera interesse internacional. “As vendas internacionais também deverão registrar crescimento, apesar da pandemia. Isso porque, o dólar alto e o produto local, geram interesse dos compradores mundiais. Isso também colabora na manutenção de postos de trabalho temporários neste ano, apesar de todo o cenário inicial que apontava diminuição na força de trabalho,” argumenta.

EXPORTAÇÕES
A pasta municipal, em contato com representantes do setor tabacaleiro, também projeta uma maior participação do tabaco nas exportações. Venâncio Aires deve se manter entre os 10 maiores exportadores gaúchos, ficando à frente de Caxias do Sul, importante polo industrial no estado.

“Outros setores industrias de Venâncio devem contar com menor participação em função da crise gerada pela pandemia. Porém, deveremos manter os patemares anuais de exportação dos últimos anos, talvez com aumento do comércio. Frente a todo o cenário econômico, este resultado será importante para o município e na geração de emprego e renda na cidade,” conclui Soares.

FOTO: Divulgação/Alliance One

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