A segunda maior categoria de Venâncio Aires enfrenta no seu dia, celebrado nesta terça-feira, 21, o maior desafio de sua história. O novo Coronavírus (Covid-19) trouxe impactos sociais e econômicos mundiais e que estão afetando os trabalhadores deste que é o segundo setor que mais emprega no município, atrás apenas da indústria fumageira.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgica, Mecânica, e de Materiais Elétricos de Venâncio Aires, Adolfo Celoni da Rosa, inicialmente o impacto imediato foi de diminuição de empregos com cerca de 300 demissões. Atualmente a classe conta com 3,2 mil trabalhadores quando antes da pandemia chegava a 3,5 mil.
O setor ficou praticamente parado por 15 dias e está com cerca de 200 pessoas afastadas por integrarem os grupos de risco. Durante esse período, as empresas operaram com jornada reduzida dentro das limitações sanitárias exigidas e como consequência da diminuição de produção.
PIOR MOMENTO
O setor metalúrgico que vem enfrentando uma série de desafios nos últimos anos, sendo a crise de 2008 uma das mais impactantes, vive atualmente seu pior momento. A categoria que já chegou a 5 mil trabalhadores no município, em 2006, viu a oportunidade de empregos diminuir com o passar do tempo mas nada comparado à incerteza de agora. “É totalmente diferente de tudo que já vivemos, porque as crises até então eram econômicas mas agora envolvendo a saúde não há respostas”, avalia o presidente.
Adolfo lembra que o setor ainda sofrerá as consequências pois as empresas terão que lidar com questões como cancelamentos de títulos e inadimplência que vão ter impacto na geração de empregos. Segundo o sindicato, cerca de 60% dos metalúrgicos ganham em média R$ 1.585,29 e terão seu salário reduzido a R$ 1.363,34. Nesta conta está a redução de 70% com compensação pelo Seguro Desemprego e o aporte de 30% feito pela empresa, no caso que fature os R$ 4 milhões previstos na regra, que são também 60% das empresas de Venâncio.
BOAS NOTÍCIAS
O sindicalista afirma que aos poucos o setor começa a retomar suas atividades sendo que 70% já opera normalmente e 30% ainda possui algum tipo de redução de jornada. “Teremos aproximadamente 150 trabalhadores retornando a partir desta quarta-feira com a entrada de novos pedidos na últimas semana”, prevê. O setor conta atualmente com 55 empresas.
O sindicato tem atuado na negociação de acordos e acredita na confiança e bom senso dos empresários ao estabelecerem acordos individuais. “Este momento vai ficar marcado na luta da classe trabalhadora, como um momento difícil e de valorizar o trabalhador”, afirma.