Safra de tabaco terá 40% de trabalhadores a menos nas indústrias

Olá Jornal
abril16/ 2020

A safra de tabaco deste ano terá redução de 40% no número de contratações de safristas em Venâncio Aires, devido ao novo Coronavírus (Covid-19). Serão 1,8 mil empregos a menos do que no ano passado quando o período contou com 4,5 mil trabalhadores. Já a safra atual deve empregar aproximadamente 2,7 mil pessoas.

A estimativa é do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires com base nas restrições preventivas, que limitam o número de pessoas em um mesmo ambiente, e no cenário de incerteza econômica.

De acordo com o administrador da entidade, Ricardo Sehn, as empresas estão se adequando aos decretos em vigor, tanto sanitários como trabalhistas. “As indústrias precisam atender às legislações que mudam a todo instante, trazem incertezas e alteram a dinâmica de trabalho”.

Atualmente, cerca de 3 mil trabalhadores temporários estão com contrato em vigor, no entanto, parte não deve ser renovada pois muitos enquadram-se nos grupos de risco. Somente uma empresa terá que suspender cerca de 300 trabalhadores que enquadram-se no grupo de risco. São gestantes, hipertensos, diabéticos, maiores de 60 anos entre outros.

Ao mesmo tempo, a contratação de novos trabalhadores no lugar destes, não é certa. “Muitos trabalhadores aguardam serem chamados, estão inclusive com o exame médico pronto, mas infelizmente não serão porque pertencem aos grupos de risco. As empresas vão trabalhar como podem, com jornada reduzida inclusive para evitar aglomerações. É uma situação nova para todos”.

Em uma safra normal, as contratações estariam ocorrendo de forma mais intensa a partir deste período. Há incerteza também sobre quanto tempo a safra, que chega a até cinco meses, deve durar.

ACORDOS
O sindicato tem recebido propostas de acordos das fumageiras a partir da Medida Provisória 927/2020 que prevê a flexibilização das relações de trabalho durante a pandemia. Entre elas antecipação de férias, banco de horas, redução da jornada de trabalho entre outras medidas.

O presidente, Rogério Siqueira, afirma que a preocupação é com todo o sistema empregador, ou seja, tanto com o trabalhador como com as próprias empresas que geram os empregos. “A nossa preocupação é com o trabalhador que vai sofrer e também com as empresas pois são elas que empregam e terão que se readequar”.

Ele afirma que esta safra será diferente de todas já vividas. “Há carência de expectativa porque é uma realidade completamente nova e global. Nunca tivemos algo pior pois há risco de saúde e emprego juntos e não há nada pior para o cidadão do que não ter saúde e emprego”, avalia.

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