A produção de tabaco movimenta mais de R$ 6 bilhões ao ano, segundo dados da Afubra, e é produzida majoritariamente pela agricultura familiar, na qual as mulheres vêm assumindo um protagonismo cada vez maior. Antes caracterizadas como ajudantes nas propriedades, elas têm mostrado que são essenciais para o setor que produz mais de 685 mil toneladas de tabaco e emprega mais de 2 milhões de pessoas direta e indiretamente.
Na Região Sul do Brasil, responsável por 97% da produção, elas já estão atuando em todas as fases do cultivo, desde a semeadura até a cura e comercialização das folhas.
As mulheres também exercem um papel essencial nos núcleos familiares, sendo as principais incentivadoras da educação dos filhos. É o caso das agriculturas Gladis Henn Dorfey e Sheila Laís Rockenbach Gabe do Rio Grande do Sul. As duas, por seu envolvimento e dedicação com a cultura de tabaco, foram exemplos de sucesso no programa Força Feminina em Campo, promovido pela Japan Tobacco International (JTI), empresa líder no setor. Exclusivo para mulheres, a iniciativa promove eventos para fortalecer a autonomia e atuação delas nas propriedades.
Na edição, que ocorreu no dia 26 de setembro, em Rio Pardo (RS), elas compartilharam suas histórias com mais de 600 agricultoras da região. “Foi muito bom participar desse momento de troca de experiências e conhecimento”, afirma Gladis que cultiva junto ao marido e o filho, de 26 anos, 48 mil pés de tabaco no interior do município de Sinimbu.
MUDANÇA DE HÁBITO
Sua lavoura foi iniciada há 24 anos, após uma tentativa frustrada de residirem na zona urbana de Santa Cruz do Sul. Nessa época, o marido trabalhava em uma fumageira, na qual ela também atuava nos períodos de safra. Porém, a insatisfação com a vida urbana foi surgindo. “Aqui no interior eu conheço todo mundo, todos os meus vizinhos, na cidade eu não tinha esse relacionamento. Aqui, posso ter minha horta, plantar o que eu quiser, além da sensação de liberdade – que em qualquer outro lugar a gente não teria – e do contato direto com a natureza”, analisa. Assim, resolveram voltar para o interior.
Já Sheila está a frente do cultivo há 8 anos. Seus pais eram funcionários em uma lavoura de arroz, porém, buscando melhores condições de vida, mudaram-se para Agudo e começaram a plantar tabaco. Atualmente, ela e o marido residem no município de Vale do Sol (RS) e, nessa safra, plantaram 50 mil pés. “Pretendo ficar minha vida inteira no campo, é onde me sinto mais tranquila e sem tanta correria, não gosto muito da cidade, prefiro ser mais livre”, afirma Sheila. O amor pela vida no interior e os planos para o futuro a motivam a querer ampliar a lavoura. “Hoje já temos 19 hectares de terra. Logo, pretendemos ampliar a produção para temos mais ganhos e nos preparamos para ampliar a família”.
Para Flavio Goulart, diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação da JTI, a história e dedicação de Gladis e Sheila na cultura do tabaco é um exemplo do papel das mulheres na agricultura. “Essas são duas histórias que demonstram a fibra e a importância das produtoras. Elas são exemplos de como cada vez mais a importância das mulheres para a sustentabilidade da agricultura tem crescido”.
PARCERIA
Buscando retribuir o esforço dos produtores na produção do tabaco, a JTI mantém outras iniciativas de apoio e capacitação em suas regiões de atuação. Uma delas é a orientação agrícola que impacta cerca de 11 mil produtores no RS, SC e PR. Junto são oferecidas visitas técnicas nas quais são tratados temas como manejo do solo, reflorestamento, produção de mudas, meio ambiente e combate ao trabalho infantil, visando a difusão das melhores práticas nas lavouras.
Outra ação é o Dia de Campo, realizado pelo time de produção da empresa. O objetivo é disseminar e reforçar ao produtor a importância da adoção das melhores práticas agrícolas no que diz respeito à produção sustentável do tabaco. Há também o Dia de ADET onde o Centro Mundial de Desenvolvimento Agronômico, Extensão e Treinamento (ADET) da JTI abre as as portas para compartilhar informações sobre as melhores práticas de produção, manejo e cura de tabaco, bem como as tecnologias disponíveis para facilitar e otimizar o trabalho na lavoura.