“A Anvisa e nós da saúde não podemos errar na decisão. É preciso que possamos estar muito bem fundamentados em evidências científicas”. A avaliação é da médica do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq), Tânia Cavalcante, sobre os cigarros eletrônicos no Brasil.
Em entrevista ao Olá Jornal após a realização da segunda audiência pública na terça-feira, 27, no Rio de Janeiro, ela reforçou a importância desta decisão que considera como uma grande responsabilidade da Anvisa, uma vez que o país tem alcançado resultados na redução do tabagismo, mas ao mesmo tempo reconhece que o produto já está no mercado de forma ilegal.
“A gente tem agora algumas evidências que apontam alguns caminhos e a gente precisa pensar bastante como vamos trilhar esse caminho. A gente não desconsidera que o produto está aqui no mercado. Claro que a prevalência está baixíssima, e que existe um produto que vem sendo consumido, e a venda ilegal vem introduzindo o produto no mercado. A gente também precisa considerar esse lado em qualquer tipo de decisão que venha a ser tomada pela Anvisa”, afirma.
Considerada, uma das principais lideranças no trabalho de combate ao tabagismo no país, Tânia avaliou o debate de forma positiva. “Acho que foi muito importante para a gente ouvir os dois lados, entender as preocupações de ambos os lados. Mas é uma decisão muito difícil, um tema muito complexo e a gente não pode errar”.