A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) quer discutir junto com representantes do Governo Federal mudanças no Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Isso porque, desde 2016, o Conselho Monetário Nacional publicou resolução obrigando liberação de recursos para financiamento da safra para outras culturas agrícolas, nas propriedades, na tentativa de promover a diversificação de culturas nas áreas que possuem o tabaco como renda principal. Porém, desde a resolução, os produtores não conseguem financiar compra de maquinário e até a busca por crédito para aquisição de insumos, a não ser para implantar novas culturas agrícolas. A Afubra quer discutir a revisão do regramento, já que após o lançamento do novo Plano Safra, os produtores de tabaco não conseguem acessar recursos.
Segundo Benício Albano Werner, presidente da associação, a situação tem inviabilizado inclusive a modernização das estufas. “Incentivamos os produtores a adotar novas tecnologias, mas como envolve a produção de tabaco não conseguem financiamento. Queremos que o Governo Federal reveja esta situação. Vamos buscar discutir isso com as áreas técnicas,” destaca.
Werner lembra que além de fomentar a modernização das propriedades, as linhas de crédito para o Pronaf podem garantir melhor gestão do negócio. “As novas estufas, por exemplo garantem a secagem de forma modulada, o que garante uma melhor produção e mais conforto ao produtor. Precisamos garantir que o fumicultor também tenha acesso aos recursos do programa, para estruturar a sua lavoura e produção,” argumenta.
O assunto deve ser pautado com o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Fernando Henrique Kohlmann Schwanke. Além disso, devem se reunir membros do Ministério da Economia e Meio Ambiente. A proposta é de realizar ainda no segundo semestre um encontro para discutir formas de melhorar o acesso dos produtores aos recursos do Pronaf custeio e investimento.