Até o fim do mês novos imigrantes de países da América Latina devem ser acolhidos em cidades gaúchas. Venâncio Aires deve receber duas famílias, nascidas em El Salvador. São famílias consideradas refugiadas por problemas de violência ou ameaças em sua pátria. A vinda será detalhada ao longo da próxima semana. A chegada ao território venâncio-airense deve ocorrer após o dia 30 de maio.
Além da Capital do Chimarrão, cidades como Porto Alegre e Esteio também devem receber famílias de imigrantes, acolhidas pelo Governo Federal. Estas cidades também já receberam reconhecimento internacional das Nações Unidas por acolhimento de imigrantes.
Esta é a primeira política de reassentamento feito pela União, com um programa de interiorização, buscando melhorar o fluxo de imigrantes no estado de Roraima. O Governo Federal também deve encaminhar recursos para auxiliar na adaptação destas famílias, bem como garantir atendimentos na rede pública.
Os países da América Central enfrentam hoje uma das piores crises de refugiados da sua história. Em 2015, os pedidos de asilo de pessoas oriundas da Guatemala, Honduras e El Salvador aumentaram 597% na comparação com 2010.
Ao todo, no ano passado, 56 mil pessoas pediram para fugir da violência, pobreza e desigualdade que prevalecem nesses países. Em 2010 as solicitações não chegavam a 10 mil, de acordo com números da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Dos três países, a situação mais crítica está em El Salvador. Em 2014, uma trégua entre as principais gangues do país, estabelecida dois anos antes, foi rompida e resultou no aumento de 60% dos homicídios e de 97% nos pedidos de refúgio no ano seguinte.
Na Guatemala e em Honduras, a realidade não é muito diferente: os dois países foram classificados pela ONU como um dos mais violentos fora de zonas de guerra e, juntos, tiveram mais de 10 mil homicídios registrados ano passado.
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