O número de contratações nas empresas de Venâncio Aires está 26,33% menor, com mais de quatro mil vagas a menos desde 2011. Foi neste ano em que houve o maior número de vagas de trabalho dentro da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, iniciada em 2003.
Com a contratação de 15.870 pessoas na época, o ano de 2011 destaca-se como o que mais gerou novas admissões no município. De lá pra cá, o número caiu para 11.692, uma redução de 4.178 vagas.
A indústria da transformação, que compreende as fumageiras e as metalúrgicas, e é a maior empregadora, foi o principal setor que deixou de contratar. Em 2011 foram 10.827 admissões contra 8.255 em 2018, uma queda de 2.572 postos de trabalho. Em segundo lugar está o comércio que passou de 2.838 vagas em 2011 para 1.501 em 2018, ou seja, 1.337 contratações a menos.
TENDÊNCIA
O administrador do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins, Ricardo Sehn, explica que a redução no número de vagas tem sido percebida a cada nova safra. “É uma tendência nacional, o emprego encolheu em nível de Brasil. Mas também acreditamos que a mecanização do setor, que otimiza a mão de obra do trabalhador, tenha contribuído para essa redução”, afirma.
OSCILAÇÃO
Os números do Caged ainda mostram que praticamente todas as pessoas contratadas são também demitidas dentro do mesmo ano, o que demonstra a sazonalidade do emprego no município. Em 2011 das 15.870 pessoas contratadas, 15.377 foram também demitidas com um saldo no ano de 493 vagas. Já em 2018, dos 11.692 trabalhadores admitidos, 11.596 tiveram sua demissão no mesmo ano, com um saldo de 96 postos de trabalho no ano.
As maiores oscilações ocorrem também nos dois setores que mais deixaram de contratar. Em 2011 a indústria da transformação contratou 10.827 pessoas e demitiu 10.749, com um saldo positivo de 78 pessoas. No mesmo ano, o comércio contratou 2.838 e demitiu 2.523, um saldo positivo de 315 vagas de trabalho. Em 2018, a indústria da transformação contratou 8.255 e demitiu 8.371, um saldo negativo de 116 vagas. O comércio manteve saldo positivo de 173 vagas pois contratou (1.501), mais do que demitiu (1.328).
EMPREENDEDORISMO
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Emprego do município, Nilson Lehmen, acredita em uma mudança no perfil do venâncio-airense que tem optado em não buscar as vagas temporárias. Ele cita o aumento no número de Microempreendedores Individuais (MEIs) como sinal desta troca. Segundo o secretário, o Sebrae aponta 2.208 cadastros de MEIs ativos atualmente, praticamente a metade das vagas que diminuíram. “Entendemos que os venâncio-airenses estão optando em não preencher as vagas temporárias. Prova disso é o número de trabalhadores que vêm de fora para atuar nas fumageiras”.