O ano encerrou com mais de R$ 5,5 milhões em atrasos para o setor da saúde em Venâncio Aires. A conta se refere aos repasses das parcelas estaduais para manter serviços como o Samu (básico/avançado), UPA, atenção básica e o Hospital São Sebastião Mártir. Os valores serão incluídos nos débitos estaduais junto ao Município. Havia a preocupação de que a mudança de governo no estado iria resultar em não pagamento de valores em aberto. A situação se confirmou, a exemplo do que o ocorreu em 2014. Entretanto, naquela oportunidade, no encerramento do governo Tarso Genro (PT) os valores totais alcançaram R$ 4 milhões ao Município. Agora, no encerrar da gestão José Ivo Sartori (MDB) a conta é maior.
Para evitar a paralisação de serviços, o Município arcou com todos os custos das parcelas devidas pelo governo gaúcho. A maior parte dos atendimentos de saúde são custeados pelas três esferas do poder (União, Estado e Município). O último pagamento feito pelo Estado se refere ao mês de agosto, no valor de R$ 386 mil para os atendimentos do HSSM.
Em média, por mês, o Governo Estadual precisa destinar ao Município em repasses, R$ 458 mil. Sem os pagamentos de dezembro, os atrasos nos repasses somam seis meses. Segundo o prefeito Giovane Wickert (PSB), apesar dos atrasos e não pagamentos do Estado, houve esforço da Prefeitura para evitar paralisações. “Tivemos que dinamizar os nossos recursos e aplicar em todas as frentes da saúde. Muitos municípios fecharam ou paralisaram serviços, isso não ocorreu na nossa cidade.”
Há expectativa dos gestores municipais, de que o novo governador, Eduardo Leite (PSDB), efetue os pagamentos em atraso. Membro da comissão de transição, o venâncio-airense Vinicíus Medeiros (PSDB) afirma que o novo governo já sinalizou prioridade para regularizar os débitos junto aos municípios e as instituições filantrópicas. Pelo menos 30 hospitais de 28 municípios gaúchos restringiram algum tipo de atendimento devido à falta de recursos. Além do valor em atraso com as santas casas, o governo de José Ivo Sartori soma cerca de R$ 675 milhões em atraso com as prefeituras na área da saúde. Os débitos totais encerram o ano em mais de R$ 1 bilhão.