O verão 2018/2019, que começa nesta sexta-feira no Hemisfério Sul às 20h22min deve ser marcado pelas altas temperaturas e pelas típicas chuvas de verão. Segundo a MetSul Meteorologia, a estação este ano começa com o Pacífico Equatorial em estado de neutralidade o que, de acordo com a meteorologista da Metsul, Estael Sias, significa que não há El Niño ou La Niña, apesar das águas estarem mais quentes e com tendência de El Niño, o fenômeno ainda não se configurou.
A estação, conforme a Metsul, tende a apresentar a comum irregularidade da chuva com significativa variabilidade nos totais de precipitação de uma área para outra, sem um cenário homogêneo em todo o Rio Grande do Sul. A maioria das regiões deve ter chuva acima da média, mas devem ser esperados alguns períodos secos em que parte do Estado pode se ressentir da falta de precipitações mais volumosas. É muito possível que dentro de algumas regiões a chuva possa ficar abaixo ou acima da média, tamanha a irregularidade das precipitações que se prevê.
Devem ser esperados episódios pontuais e localizados de chuva intensa com elevados volumes em parte do território gaúcho, especialmente sob a presença de ar muito quente e úmido. “A má distribuição temporal (quando chove) e espacial (onde chove) das precipitações é normal no verão gaúcho. Antes mesmo do começo da nova estação, no final da primavera, algumas áreas do Norte do Estado já se ressentiam de chuva abaixo da média neste mês, mas a estação reserva eventos de chuva volumosa para diversas áreas do Rio Grande do Sul”, destacou a meteorologista da MetSul Estael Sias.
Chuva pontual
São comuns episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características localizadas ou regionalizadas. Do ponto de vista da climatologia histórica, as regiões Norte, Leste e Nordeste do Estado têm uma maior propensão a estes episódios de chuva volumosa, sobretudo o Litoral Norte que sofre maior influência das correntes de umidade que atuam nesta época do ano no Sudeste do Brasil e nos litorais de Santa Catarina e do Paraná. Neste verão, contudo, a MetSul antecipa que áreas do Oeste podem ter períodos de precipitação excessiva.
O verão é a época em que tradicionalmente ocorrem pancadas localizadas e passageiras de chuva que se dão, em regra, da tarde para a noite em dias de calor e umidade alta. Não raro são acompanhadas de temporais, alguns fortes de vento e granizo, e podem despejar volumes altos de chuva em curto período com transtornos nas cidades por alagamentos.
Casos mais extremos, sobretudo em dias de calor muito intenso com marcas entre 35ºC e 40ºC, trazem até tempestades severas com estragos por granizo, chuva excepcionalmente volumosa em curto período, vendavais, tornados e correntes descentes violentas de vento (downburst), como se viu em Porto Alegre em 29 de janeiro de 2016.
Máximas podem superar os 40°C
O tradicional calor, obviamente, vai se fazer presente. A MetSul projeta uma estação com temperatura próxima ou acima da média histórica na maioria das localidades gaúchas com algumas jornadas de calor muito intenso em que as máximas devem ficar próximas ou até superarem os 40ºC em partes do Estado. Antes do começo astronômico da estação, mas já dentro do verão climático neste mês de dezembro, o Rio Grande do Sul teve máxima de 40,7ºC no dia mais quente de 2018 que ocorreu na primavera, dia 11 de dezembro.
Mesmo sendo verão é provável que ocorram na estação dias de temperatura amena com maior influência de rápidas passagens de ar frio de trajetória marítima afetando mais o Sul e o Leste do Estado. Quanto ao vento, a Metsul explica que quando pulsos de ar frio de trajetória marítima atuarem sobre o Atlântico Sul perto da costa gaúcha, o vento Nordestão nas praias se fará mais presente em nossas praias.