Comitiva do Brasil é recebida pela chefe da missão do Brasil na Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabco (COP8), Maria Nazareth Farani. Este é o primeiro contato do setor e os prefeitos com a delegação do Brasil. O encontro teve por objetivo repassar informações sobre o andamento dos trabalhos, uma vez que nem a comitiva nem a imprensa tem acesso às discussões que buscam atualizar o tratado internacional de combate ao cigarro. A COP8 segue até o próximo sábado, 06, e tem como um dos pontos de discussões a ampliação das medidas de diversificação das lavouras de tabaco. Os representantes da cadeia produtiva buscam ampliar os contatos com a delegação do Brasil para evitar aprovação de medidas que possam prejudicar a produção no país.
A delegação do governo brasileiro tem defendido a criação de novos tributos para destinar a um fundo público que garantirá ações de diversificação. Entretanto, prefeitos e membros da cadeia produtiva são contrários a medida. Sem conseguir acesso às discussões oficiais da COP8, os representantes do setor buscam garantir encontros com a embaixadora Maria Nazareth. A expectativa é de realizar uma nova reunião paralela nesta quinta-feira, 03.
O grupo teme que a delegação brasileira possa defender durante a conferência medidas que possam prejudicar o produtor de tabaco, com a criação de regras que dificultem acesso aos crédito ou estipulando ações que obriguem o cultivo de outras agriculturas dentro da propriedade. Entretanto, para os representante do Sinditabaco e Afubra, parte do discurso adotado pelo Brasil é também de desconhecimento das ações já realizadas pelos produtores.
“Foi uma boa reunião, conseguimos explanar e conversar sobre a realidade do setor e sobre as nossas preocupações. Ficou claro que o projeto de diversificação é uma prioridade do Brasil e os exemplos até aqui serão disseminados,” destacou Iro Schünke, presidente do Sinditabaco, em avaliação do encontro oficial.
O prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert, que representa a Associação dos Municípios Produtores de Tabaco. “A embaixadora foi acolhedora e a conversa foi positiva. Entretanto, os prefeitos são contra ao aumento de tributos sobre o cigarro, pois favorece o contrabando. Além disso, os recursos arrecadados não chegam nas prefeitura,” argumenta.
MOP
Após a COP8 ocorre o primeiro encontro oficial para discutir o Protocolo Internacional de Combate ao Cigarro Ilegal. Os representantes da indústria do tabaco solicitaram apoio da delegação do Brasil para conseguir participar das discussões, já que possuem experiência sobre este tema. O assunto não evoluiu. Hoje foi publicado no Diário Oficial o Comitê de Combate ao Mercado Ilegal de Cigarros. Este grupo será o responsável no Brasil, a colocar em prática medidas que forem acordadas na primeira reunião do protocolo, que ocorre entre os dias 08 e 10 de outubro, também em Genebra. O comitê é coordenado pelo Ministério da Casa Civil com a participação do Ministério da Justiça, Gabinete Institucional da Segurança da Presidência, Ministério da Saúde, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério da Defesa, Fazenda, Agricultura, AGU e Anvisa.
A jornalista Janine Niedermeyer realiza cobertura direto de Genebra, na Suíça onde ocorre a conferência neste ano. Você confere informações direto do evento nas páginas do Olá Jornal, nas redes sociais do veículo e em boletins diários para a Rádio Santa Cruz 550 AM.