Baixa adesão na vacinação preocupa profissionais de saúde e órgãos públicos

Olá Jornal
agosto22/ 2018

“Estamos dando um passo para trás com a falsa ideia que a vacinas não estariam tendo o efeito desejado”. A afirmação do chefe da emergência do Hospital São Sebastião Mártir, Luiz Dalprá, coloca a preocupação da classe médica com o crescimento da rejeição as vacinas pela população. A baixa adesão às campanhas ocorre devido a popularização de movimentos anti-vacinas que colocam em dúvida a eficácia das imunizações e a ideia de que ‘isso não vai acontecer comigo’.

O médico afirma que as vacinas disponíveis possuem 80% de eficácia pois foram testadas e possuem comprovação científica desse desempenho. “As vacinas provaram ser eficazes, não há dúvida disso.” Ele alerta a população para que não acredite em notícias falsas e que busque manter o cartão de vacinação em dia.

Dalprá ainda desmistifica a ideia de que a imunização provoque a doença. “No caso da gripe, por exemplo, a vacina pode não impedir a pessoa de ter a gripe mas reduz o risco de morte ou complicações decorrentes da doença,” explica.

COLETIVO
Muitas doenças, como o sarampo, estavam praticamente erradicadas devido as intensas campanhas de vacinação ao longo da história e, por isso, não eram mais vistas por aí, o que levou as pessoas a terem a falsa ideia de que certas doenças não existem mais. No entanto, os movimentos migratórios com refugiados e também as facilidades de circulação das pessoas pelo mundo em viagens fazem com que haja maior facilidade de circulação e transmissão das doenças.

Dalprá ressalta a importância da vacinação para a saúde individual e coletiva. “Não vacinar é uma imprudência com as pessoas que convivem com a gente, é um descompromisso conosco e com as outras pessoas,” avalia.

ACESSO
A rede básica de saúde possui sistema completo de vacinação com calendário disponível para todas as idades. O médico destaca a eficiência desse sistema que está disponível também aos sábados para melhor acesso da população e lembra que Estado tem o dever de ofertar mas a responsabilidade é individual. “O compromisso primeiro com a saúde é do indivíduo que deve procurar um posto ou um médico. A medicina aponta o caminho e nós precisamos seguir”.

BUSCA POR ADESÃO
No último sábado, 18, foi realizado o Dia D de vacinação. Com sete postos de saúde abertos, o Município atingiu 60% da meta de vacinação. A campanha é voltada para crianças de um a cinco anos incompletos. Segundo o secretário municipal da Saúde, Ramon Schwengber, o objetivo é de alcançar os índices recomendados pelo Ministério, que contemplam até 95% do público.

“Precisamos conscientizar os pais e responsáveis sobre a importância desta campanha. É o momento de cumprir responsabilidades. Queremos alcançar a meta de 95% do público-alvo, e vamos trabalhar nos próximos dias para isso.”

Em Venâncio Aires essa faixa de vacinação contempla cerca de 2,8 mil crianças. No Brasil mais da metade das crianças que formam o público-alvo da campanha nacional contra o sarampo e a poliomielite já foi imunizada, segundo o Ministério da Saúde. Até esta segunda-feira, 20, 51% das crianças entre 1 ano e 5 anos receberam as doses. O dia D da campanha foi no sábado e deu um salto na cobertura vacinal. Até então, apenas 16% haviam recebido a vacina, o que preocupava especialistas.

CASOS
O país teve 1.237 casos de sarampo registrados desde o início do ano e enfrenta dois surtos. Segundo boletim divulgado no último dia 14 pelo Ministério da Saúde, havia 910 casos confirmados, com duas mortes, no Amazonas; e 296 casos, com quatro mortes, em Roraima. Há ainda casos isolados em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio, Rondônia e Pará. Nesta sexta-feira, 17, foram confirmados dois casos em Pernambuco.

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