Mesmo com crescimento abaixo do previsto, de 4,3% devido a não comercialização da produção de soja no período, o Cooperativismo do Rio Grande do Sul alcançou faturamento de R$ 43 bilhões e teve um aumento patrimonial de 15,75%, graças as boas práticas de gestão nas cooperativas. Esse incremento demonstra a solidez do sistema cooperativista refletindo equilíbrio de gestão na ‘ponta da caneta’, como refere-se o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius.
Essa gestão garantiu o bom desempenho do setor mesmo com os cerca de R$ 2 bilhões a menos no faturamento pela falta de comercialização de aproximadamente 30% da produção de soja das cooperativas. “Tivemos menos faturamento e mais resultado reflexo da boa gestão das cooperativas. O crescimento no patrimônio líquido e nos ativos de acréscimo de 13,78%, que são o capital social que retornam aos fundos e ficam nas cooperativas, demonstram isso”, avalia Perius. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 04, durante lançamento do relatório “Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2018”.
De acordo com Perius, o sistema investiu mais de R$ 50 milhões na gestão das cooperativas com treinamentos e com disciplinas nos cursos de pós-graduação. Em 2017, foram treinados seis colaboradores de cada cooperativa do estado em busca de aprimorar os sistemas de gestão. Um esforço que segundo o presidente tem valido a pena e tem feito a diferença do cooperativismo.
RESULTADO NA CRISE
Mesmo diante de um cenário de retração econômica, as cooperativas aumentaram seus postos de trabalho no Estado, com geração de 61,8 mil empregos diretos. Desses, 90,8% concentra-se nos ramos Agropecuário, Saúde e Crédito. A participação da população gaúcha envolvida no cooperativismo é de 74,3%, considerando que a família de cada associado se constitui, em média, de três pessoas. Em 2018, são 2,8 milhões de associados distribuídos em 426 cooperativas.
Para o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, a crise foi motivo de ainda mais união e resiliência das pessoas que são o objetivo do cooperativismo. “Reconhecemos também que nossas cooperativas tomaram decisões importantes para projetar o seu futuro em um cenário difícil. Por serem sociedades constituídas por pessoas, e não por capital financeiro, as cooperativas constroem e projetam seus investimentos numa proposta de crescimento com base na mútua colaboração”.