Farsul cobra falta de competitividade do Brasil no Mercosul

Olá Jornal
março27/ 2018

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) batalha para diminuir as diferenças de custos agrícolas entre os países do Mercosul. A entidade fez levantamento sobre o impacto dessas disparidades e já levou ao conhecimento do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Um deles compara o preço pago por alguns inseticidas no Brasil em relação a Argentina e Uruguai, por exemplo, e revela o peso da carga tributária brasileira.

No caso do inseticida Karate, utilizado no combate a lagartas em culturas como soja e milho, além de hortaliças, a diferença chega a 426%. O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, considera a situação absurda. “Já é uma bofetada na nossa cara saber que pagamos bem mais caro pelos nossos insumos. A outra bofetada é saber que esse produto vendido no Uruguai é fabricado no Brasil”, declara.

Ele ainda afirma que não são somente os químicos que custam mais no Brasil mas também fertilizantes e reposição de máquinas. “O custo de peças de reposição de máquinas é tão absurdo quanto a diferença dos agroquímicos e isso se dá por questões tributárias e falta de abertura econômica, pela falta de liberdade de poder comprar insumos onde bem entendermos, liberdade essa que nossos concorrentes têm”, avalia Luz.

MOBILIZAÇÃO
De acordo com o presidente da Farsul, Gedeão Silveira Pereira, a entidade está empenhada em levar ao conhecimento de autoridades e da população o fardo que a produção agrícola brasileira carrega, no entanto, reconhece que a luta não será fácil. “Olhem bem os pesados interesses que isso atinge, as multinacionais que estão em jogo”.

Ele aponta a necessidade do Brasil fazer mudanças para ser mais competitivo. “Para nós não é Mersocul, é Mercovem, porque somos impactados por todas as commodities que o Mercosul termina trocando com o Brasil em troca de produtos industrializados ou industriais. O agronegócio brasileiro tem que ser a China do agronegócio”, declara Pereira.

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