A noite desta quinta-feira, 14, foi de debate sobre a proteção do Arroio Castelhano. Apesar da pouco participação da comunidade, a discussão realizada na Câmara Vereadores reuniu vereadores, secretários municipais e especialistas na área ambiental. O encontro foi proposto pela Frente Parlamentar Pela Sustentabilidade.
A presidente da comissão especial, Tata Hausen (Rede) destacou que a comunidade precisa se comprometer em proteger o arroio. “Para garantir um futuro melhor ao nosso Castelhano, precisamos nos comprometer em cuidar.”
O presidente do Instituto Gaúcho de Sustentabilidade (IGS), Volnei Alves Correa, destacou a necessidade de proteção dos 105 quilômetros do arroio, que abastece o município. “Arroio é perene, ou seja, pode secar. Com mais de 40 dias de seca podemos enfrentar problemas de abastecimento. Estamos falando de uma proteção que exige apoio e trabalho de todos.
A partir de um estudo realizado pela Corsan, foi constatada a existência de 96 nascentes do arroio, ao longo dos 105 quilômetros de extensão, entre Linha Data até o Rio Taquari. “Este trabalho de proteção e recuperação é sempre difícil mas necessário. Vamos trabalhar com moradores ribeirinhos aos arroio para que ajudem na proteção das nascentes,” argumentou o secretário de Meio Ambiente, Clóvis Schwertner.
MUDANÇAS
Durante o encontro o chefe da pasta também apresentou imagens do leito do arroio e as mudanças efetuadas ao longo dos últimos anos. Ele lembrou também da retificação do curso d’água, realizado na década de 1980. Neste sentido, a presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Norma Barden, questionou se há possibilidade do arroio voltar ao traçado natural. “Mudamos um caminho desenhado pela natureza ao longo de muitos anos. Espero que quem pensou isso tenha imaginado no melhor para a cidade.”
Schwertner argumentou que um estudo precisaria ser feito para por em prática a modificação no leito do arroio, mas pode ser uma alternativa para diminuir os efeitos das enchentes.
A partir das discussões, serão propostas políticas públicas para a proteção do arroio Castelhano. O Município aprovou em agosto legislação que cria um fundo de recursos e proposta de auxílio financeiro para moradores de áreas banhadas pelo arroio, também como forma de proteção e recuperação de margens e nascentes.