Dezembro será um mês decisivo para o governo do Rio Grande do Sul na Assembleia. Nesta semana, o chefe da Casa Civil, Fábio Branco, e o líder do governo no Legislativo, Gabriel Souza, irão ajustar a estratégia para ser colocada em prática visando à aprovação de propostas consideradas essenciais.
Entre as estratégias, muitas polêmicas, como o aval da Casa à adesão ao Plano de Recuperação Fiscal, duas sobre o IPE, de alterações previdenciárias, e as três propostas de emenda à constituição para derrubar a necessidade de plebiscito para viabilizar as privatizações da Companhia de Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Sulgás.
Também são foco do empenho dos articuladores do Piratini os 19 projetos enviados à Assembleia em novembro, relativos ao pacote exclusivo para a área da segurança pública. Além da preocupação com o cronograma de propostas que são vinculadas ao Plano de Recuperação Fiscal, que o Executivo gaúcho pretende concretizar ainda neste ano, pelo menos com a assinatura do pré-acordo, há consciência de que na retomada dos trabalhos em 2018, após o recesso parlamentar que começa dia 22, mas que será interrompido pela convocação extraordinária, a pauta na Assembleia fica muito prejudicada e os parlamentares bem mais suscetíveis a desgastes que estão atrelados a projetos polêmicos em função das eleições.
Por força da legislação eleitoral, irá ocorrer baixa expressiva no núcleo do governo José Ivo Sartori. Considerando os homens mais próximos de Sartori, deixarão o governo em abril, devido ao prazo de desincompatibilização para os que irão concorrer em 2018, três integrantes do grupo: os secretários de Planejamento, Governança e Gestão, Carlos Búrigo; da Casa Civil, Fábio Branco; e da Fazenda, Giovani Feltes. Cezar Schirmer, da Segurança, ainda é uma incógnita, pois o partido visa sua candidatura.
Permanece com certeza no cargo Cleber Benvegnú, da Comunicação. Também sairá do cargo o secretário do Desenvolvimento, Márcio Biolchi. Todos do PMDB. Além de atingir o núcleo duro do governo, o número de baixas será ainda mais expressivo contabilizando indicados por partidos da base, que podem deixar os cargos ainda antes de abril, em função da decisão por candidaturas próprias ao Piratini em 2018.
Um exemplo é o PP, que tem Luis Carlos Heinze como pré-candidato, e dois integrantes no primeiro escalão. Ernani Polo, na Agricultura, e Pedro Westphalen, nos Transportes.