Primeira abertura oficial da colheita do tabaco acontece em Venâncio Aires

Guilherme Siebeneichler
outubro19/ 2017

A partir deste ano, o início da colheita do tabaco passa a contar com um evento festivo. Nesta sexta-feira, 27 de outubro, acontece em Venâncio Aires (RS) a primeira edição da Abertura da Colheita do Tabaco. Iniciativa da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, com o apoio do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e prefeitura de Venâncio Aires, o evento acontece na propriedade do produtor Antônio Alcir Coutinho (Estância Nova, km 64 da RS-287), a partir das 15 horas. O horário foi antecipado para permitir a participação do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, que virá acompanhado do secretário da Agricultura, Ernani Polo.

Realizada próxima ao Dia do Produtor de Tabaco, comemorado em 28 de outubro, a festividade também celebra a importância das 150 mil famílias dedicadas à produção. O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, confirmou participação no evento que também contará com a presença de autoridades locais, políticos, representantes do setor e produtores. “A abertura da colheita e o dia do produtor são marcos importantes para homenagear esses homens e mulheres que lutam diariamente pelo seu sustento e que não são apenas produtores de tabaco: são gestores de pequenas propriedades que plantam e colhem alimentos, criam animais, geram riqueza para os municípios e Estados. São momentos que resgatam o orgulho do produtor”, avalia.

A programação deverá contemplar uma demonstração da colheita. Para Schünke, o início da colheita deve ser encarado também de forma consciente. “Já estamos há alguns anos conscientizando os produtores sobre a importância do uso da vestimenta de colheita para a prevenção da Doença da Folha Verde do Tabaco. Pesquisas científicas comprovaram que a proteção chega a 98%”, reforça. A vestimenta, composta por calça e blusa leves e impermeáveis e luvas de nitrila, evita a absorção dérmica de nicotina.

DIVERSIFICAÇÃO

Durante a Abertura da Colheita do Tabaco também ocorre a renovação do convênio do Programa Milho, Feijão e Pastagens no Rio Grande do Sul, que envolve o SindiTabaco, as secretarias estaduais de Agricultura e do Desenvolvimento Rural, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Afubra. O programa que incentiva o cultivo de grãos e pastagem após a colheita do tabaco também terá continuidade em Santa Catarina e no Paraná. Na safrinha de 2017, a diversificação rendeu aos produtores R$ 415 milhões em milho, R$ 128 milhões em feijão e R$ 57 milhões em soja.

 FATOS E DADOS SOBRE O SETOR DO TABACO

  • O Brasil é o 1º no ranking mundial de exportações de tabaco em folha há 24 anos e atualmente responde por 30% das exportações mundiais;
  • O Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT) é responsável por esta liderança, pois prima pela qualidade e a integridade do produto, com assistência técnica e garantia de compra aos produtores;
  • Em 2016, foram embarcadas 483 mil toneladas, com valor total de US$ 2,12 bilhões, para 90 países, sendo parte importante da balança comercial brasileira, assim como na geração de renda e empregos para centenas de municípios;
  • O Brasil é o 2º maior produtor mundial de tabaco, atrás somente da China;
  • Na última safra foram produzidas 686 mil toneladas nos 299 mil hectares plantados;
  • A produção sustentável, com observância às boas práticas, faz com que o tabaco brasileiro esteja entre os mais procurados pelos clientes internacionais;
  • Somente na indústria, são 40 mil empregos diretos; no campo, 600 mil pessoas estão envolvidas com a cultura em 566 municípios da Região Sul;
  • Na última safra, a Afubra estima uma receita de R$ 6,09 bilhões a 150 mil famílias produtoras;
  • Pesquisa do perfil socioeconômico do produtor de tabaco, conduzida pela UFRGS, concluiu que 80,4% dos pequenos produtores de tabaco estão nas classes A e B;
  • O setor é responsável pela geração de R$ 13,2 bilhões em impostos arrecadados anualmente.
Guilherme Siebeneichler