Nova apresentação da ONG Alphorria leva cultura afro para metalúrgicos

Guilherme Siebeneichler
outubro07/ 2017

A ONG Alphorria está levando a cultura afro para espaços nunca antes frequentados. Por meio do projeto “A Arte a Serviço da Alphorria”, contemplado no Prêmio Empreendedor Cultural – 3ª Edição com o patrocínio da RGE Sul, a entidade fez mais uma apresentação desta vez para funcionários de uma empresa metalúrgica de Venâncio Aires.

A intervenção ocorreu na terça-feira, 03, durante o horário de intervalo após o almoço como programação da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Cipa). Por cerca de 30min, os trabalhadores da Metalúrgica Venâncio, uma das maiores empresas do município, puderam conhecer um pouco mais do trabalho da entidade e da cultura negra. A apresentação musical trouxe no repertório músicas que marcaram o movimento negro e que deixam mensagens sobre a luta do movimento.

O técnico em segurança e integrante da comissão organizadora da Cipa, Maicon Posselt, explica que o objetivo foi trazer um pouco da realidade da ONG para os funcionários da empresa. “Estamos desenvolvendo também uma campanha de arrecadação de alimentos para a entidade”, afirma. Os metalúrgicos ainda receberam folder de divulgação do projeto.

A intervenção contribuiu para a divulgação das oficinas que estão na última semana de inscrições. A líder de produção, Graziela Jung, ficou motivada e já se inscreveu para participar. Já sabia da existência da ONG mas nunca tinha visto uma apresentação deles. Estão de parabéns, é emocionante”, avalia a jovem que fará a oficina de dança.

OFICINAS

Como parte do projeto, a ONG estará com oficinas gratuitas de Capoeira, Beleza Negra, Culinária Afro, Dança Afro e Percussão, com 20 vagas cada uma. A primeira, de Capoeira, começa nesta quinta-feira, 05, das 18h30min às 20h30min. As demais serão realizadas no sábado, 07, em diferentes horários. Mais informações no site www.ongalphorria.com.br ou pelo telefone 99565 5619.

VOCÊ PRECISA SABER

Em 2013, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Afrodescendentes esteve em visita oficial ao Brasil a convite do governo, entre os dias 3 e 13 de dezembro, para estudar a situação dos afro-brasileiros. A partir da agenda a comitiva esteve reunida com inúmeros funcionários do governo federal, estadual e municipal, das Nações Unidas bem como a sociedade civil, incluindo comunidades negras em Brasília, Pernambuco, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Veja parte do comunicado à imprensa, feito pelo grupo na época:

Estamos conscientes de que, para superar o legado do colonialismo e da escravidão, os desafios enfrentados pelo Brasil são de enorme magnitude. As injustiças históricas continuam afetando profundamente a vida de milhões de afro-brasileiros e estão presentes em todos os níveis da sociedade brasileira. Os negros do país ainda sofrem racismo estrutural, institucional e interpessoal.

Apesar do compromisso do governo, do quadro jurídico abrangente e da ampla gama de políticas públicas, o avanço no desmantelamento da discriminação racial ainda é lento. As leis e políticas ainda não são suficientemente eficazes para promover uma mudança substantiva na vida dos afro-brasileiros. Ademais, constatamos também que alguns setores da sociedade acreditam que o Brasil é uma democracia racial.

Os afro-brasileiros constituem mais da metade da população brasileira, no entanto, são sub-representados e invisíveis na maioria das estruturas de poder, nos meios de comunicação e no setor privado. Esta situação tem origem na discriminação estrutural, que se baseia em mecanismos históricos de exclusão e estereótipos negativos, reforçados pela pobreza, marginalização política, econômica, social e cultural.

Fonte: https://nacoesunidas.org/grupo-de-trabalho-da-onu-sobre-afrodescendentes-divulga-comunicado-final/

Guilherme Siebeneichler