A formação de agentes culturais será viabilizada pela Unisc em parceria com a equipe do Pró-cultura RS como forma de auxiliar no processo de criação de projetos para editais públicos e assim incentivar a participação de novos agentes. A necessidade de um curso de capacitação foi apontada em audiência pública do Pró-cultura RS, na última quarta-feira, 23, no memorial da Unisc, em Santa Cruz do Sul.
No encontro, os agentes culturais puderam apresentar demandas aos coordenadores do Sistema para que a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo possa promover mudanças com objetivo de aprimorar o Sistema. A falta de compreensão de como se constitui um projeto cultural foi uma das demandas levantadas. “A dificuldade em fazer um projeto acaba inibindo a participação de muitos grupos, artistas e demais pessoas. Até mesmo de minorias que não possuem recursos para pagar um produtor cultural que faça o projeto”, explanou a jornalista do Olá Jornal, Janine Niedermeyer.
FINANCIAMENTO
Outro entrave levantado na audiência foi a participação de empresas para financiarem os projetos. A contrapartida para o Fundo de Apoio Cultural (FAC) de 5% à 25%, conforme o projeto, acaba intimidando os empresários. “É um limitador porque mesmo o 0% da Lei Rouanet não dá certo”, afirma o diretor do Museu de Venâncio Aires, Flávio Seibt. O secretário de cultura e esporte de Venâncio ainda levantou a dificuldade em consultar os pareceres para entender de que forma o conselho faz as escolhas dos projetos. “Falta conversa entre o conselho que aprova os projetos e a comunidade”.
Frente às demandas, o coordenador da assessoria de comunicação da Unisc, Éverson Bello, se comprometeu a viabilizar um curso de capacitação para a formatação de projetos e ainda um workshop com empresários para que possam conhecer melhor o Sistema de Financiamento Público à projetos culturais. A ideia é trazer nesse encontro a Assemp de Santa Cruz como um case de sucesso na realização de projetos culturais com captação no empresariado local. “Enquanto universidade acredito que este é o nosso papel, que possamos contribuir para que as coisas funcionem”, declara Bello.
Outras demandas
– Viabilização da produção literária como a edição de livros
– Intercâmbio internacional de grupos ou produtores culturais
– Viabilização financeira de grupos que já existem como de corais e bandas com trajetória de décadas
– Incentivo a estrutura física cultural como teatros
– Aumentar o percentual para a divulgação nos projetos como contrapartida aos patrocinadores
– Fomento a participação de minorias com maior peso na classificação dos projetos