Parcelamento de salários dos servidores ainda ronda Prefeitura

Guilherme Siebeneichler
agosto23/ 2017

Os ajustes financeiros das contas públicas ainda dependem de repasses e cortes na máquina pública. Entretanto, o prefeito Giovane Wickert (PSB), durante entrevista ao Olá Jornal na última semana, afirmou que não foi descartado o parcelamento de salários dos 1,3 mil funcionários públicos. Segundo ele, mensalmente o Município tem controlado as despesas e prioriza os pagamentos salariais. Entretanto, o caixa municipal tem sido ajustado para garantir os depósitos de R$ 4,5 milhões por mês, em salários. A ameaça de parcelamento foi criticada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.

O gestor municipal, que não descarta a necessidade de parcelamentos – a exemplo do que o Governo do Estado tem feito a mais de dois anos – espera garantir condições financeiras do pagamento em dia. “Estamos diariamente contando todas as moedas. É uma situação que exige o controle total de despesas. Constitucionalmente é priorizado o pagamento do funcionalismo, e estamos fazendo isso ao longo desses oito meses,” revela.

Apesar de não descartar o débito salarial de forma parcelada, como medida de garantir fluxo de caixa, Wickert destaca que não é a vontade do Executivo Municipal, porém, a Administração Municipal depende da arrecadação. “Estamos buscando recursos de todas as formas e já chegamos a um ponto de que não é mais possível cortar despesas em alguns setores.”

CORTE DE CC’s
O presidente do sindicato da categoria, Odenir Guterres de Carvalho, classifica a possibilidade de parcelamento como uma ameaça, e se for confirmada, a entidade não descarta a judicialização de medidas contra o Executivo Municipal. Segundo ele, antes de cogitar qualquer tipo de atraso ou fracionamento, é preciso demitir os mais de 80 cargos comissionados em atividade no poder público local. “Ele precisa tirar todos os CC’s, FG’s e estagiários. Preciso lembrar os governantes que o município pode trabalhar sem esses cargos, mas não sem os servidores públicos,” ressalta.

Carvalho afirma que se houver parcelamento, o sindicato não descarta o chamamento de greve. “Já realizamos uma mobilização quando o Executivo não cumpriu o que prometeu. Se atrasos ocorrerem vamos convocar novas paralisações. É inadmissível esse tipo de tratamento contra os servidores municipais que já estão descontentes,” destaca.

REAJUSTE EXTRA
O sindicato também prepara uma nova rodada de negociações para garantir que o Município cumpra a promessa de reposição de 1,6% a mais no reajuste salarial, prometido, para o mês de setembro. Ainda em março, o Município havia garantido o reajuste de 6,7%, porém, por problemas orçamentários, a lei municipal sobre o tema foi aprovada com o reajuste de 5,1%. A situação gerou um dia de paralisação dos serviços municipais, após assembleia extraordinária em 31 de março. Entretanto, os gestores municipais deixaram o valor extra, de ganho real, projetado para ser discutido em setembro.

“Vamos trabalhar para buscar esse ganho real, que o prefeito prometeu, mesmo sabendo que as relações de diálogo com o Executivo estão fragilizadas. Se não garantirmos o prometido, vamos na Justiça cobrar,” ressalta Carvalho. O dirigente afirma ainda que serão desembolsados este ano cerca de R$ 10 milhões com CCs, FGs e estagiários.
Nos próximos dias o sindicato deverá enviar ofício aos membros da Administração Municipal, solicitando negociação da proposta.

Guilherme Siebeneichler