A proteção dos idosos é um dever de toda a sociedade. Neste mês é lembrado o Junho Violeta. O período marca também o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, lembrado neste 15 de junho. Em Venâncio Aires o público idoso ganhou destaque, com atividades e programações especiais para ampliar a participação da sociedade na proteção dessa parcela da população. Mas um dado divulgado pela Assistência Social chama atenção. Em 2022, até abril, foram registrados 28 casos de violência contra pessoas idosas. São 16 registros de violência intrafamiliar (física, psicológica ou sexual) e 12 casos de negligência ou abandono.
Ao longo do ano passado foram 103 registros de violências contra pessoas idosas (49 de violência física ou psicológica, e outros 54 de negligência ou abandono). Uma rede ampla de suporte no Município busca garantir direcionamento e proteção à pessoa idosa.
O serviço de assistência social também presta orientações para as famílias sobre direitos e deveres quanto à responsabilidade nos cuidados às pessoas idosas. “Os números são de atendimentos configurados como violação de direitos de fato. Temos muitas situações de casos sobre conflitos na família. Além disso, prestamos orientação sobre cuidados e de responsabilidade comunitária, neste cuidado ao idoso, para evitar a institucionalização,” explica a assistente social do Departamento de Gestão do Sistema Único de Assistência Social (Suas), Daiane Führ.
Os dados são preocupantes e com a pandemia houve crescimento. Levantamento do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) revela que, só no primeiro semestre deste ano, mais de 33,6 mil casos de violações de direitos humanos foram registrados contra o idoso no país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), situações de violência contra a pessoa idosa são ações ou omissões cometidas uma ou muitas vezes, prejudicando a integridade física e emocional da pessoa, impedindo o desempenho de seu papel social.
SUPORTE
A rede de apoio municipal em Venâncio Aires para a pessoa idosa passa pelos segmentos da Assistência Social. Denúncias envolvendo violência, abusos e abandono também podem ser direcionados ao setor da Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social e ao Disque 100.
Atualmente o poder público local garante custeio de serviços em casas geriátricas para, em média, 20 idosos. Os casos são analisados por equipe de assistentes sociais e buscam garantir qualidade de vida e suporte em saúde.
Segundo Daiane, tanto Cras como Creas são facilitadores na busca por informações sobre os cuidados com a população idosa. “O Cras é portas abertas, assim como todos os serviços de saúde, para orientações sobre os cuidados e direitos com os idosos.”
INFORMAÇÃO
Para a auxiliar de Cultura e Lazer e Facilitadora do grupo Maturidade Ativa do Sesc, Paolla Aribel Back da Silva, que atua diretamente com grupos de terceira idade, o desafio é levar informação aos próprios idosos, para que façam denúncias.
“Acho que os números de violência contra as pessoas idosas cometidas no nosso município ainda é alto, mesmo sendo melhor que o ano passado. Para que este número não chegue nem perto dos números do ano passado, e para melhorarmos ele cada dia mais, precisamos levar muita informação e conscientização para todas as comunidades e também para nosso interior.”
Segundo a profissional, os casos de violência no âmbito familiar são mais difíceis de denunciar. “O maior desafio do tema é fazer o idoso denunciar, muitas vezes a violência vem de dentro da família e denunciar muitas vezes um filho ou um neto é algo difícil, pois além da violência tem todo o amor e o carinho que o idoso sente por aquele familiar que muitas vezes se aproveita da situação”, afirma.
Roda de conversa sobre violência contra os idosos ocorre nesta quarta
Para marcar a quarta-feira, 15 de junho, Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa, ocorre uma “Roda de Bate Papo”, organizado pelo Sesc, em parceria com o Conselho Municipal do Idoso.
A programação que acontece na Câmara de Vereadores, a partir das 14h, integra as atividades do Junho Violeta, que tem o objetivo de discutir temas relacionados a este dia.
Participam da conversa o delegado de Polícia, Vinicius Lourenço de Assunção, a secretária do Desenvolvimento Social, Claidir Kerkhoff Trindade, o secretário do Desenvolvimento Rural, Gilberto Santos, autor da Lei Municipal nº 6.598 que institui o “Junho Violeta”.
No encontro serão apresentados dados, números e tipos de casos mais comuns de violência contra os idosos, como prevenir os tipos de violência, como proceder quando se souber algum caso, perfil dos agressores e os canais de denúncia.