Venâncio Aires perde empregos em 12 meses e aponta encolhimento da oferta de vagas

Olá Jornal
maio28/ 2018

Com 872 vagas a menos nos últimos 12 meses, Venâncio Aires vê o emprego encolher em 4,70%. No mesmo período do ano passado os índices eram positivos em 5,75%, com saldo de 1.014 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

A indústria da transformação é a que mais demitiu com 982 postos de trabalho a menos. No mesmo período em 2017, o setor estava a pleno vapor com 1.039 vagas sendo o que mais contratava. Enquanto isso, municípios vizinhos mantêm variação positiva no mesmo período como Santa Cruz do Sul (1,48% I 654 vagas) e Lajeado (2,42% I 742). Em Santa Cruz a indústria da transformação destaca-se como o setor que mais contratou, com saldo positivo de 534 vagas.

Em Venâncio e Santa Cruz, a indústria da transformação está diretamente ligada às empresas fumageiras responsáveis pelo maior volume de trabalho justamente nesta época do ano, devido a safra. Por ser o principal produto desses dois municípios, é o tabaco que movimenta não só o campo mas as fábricas de beneficiamento e de fabricação de cigarros.

O cenário é reflexo da perda de beneficiamento de tabaco pelas empresas de Venâncio. O administrador do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires, Ricardo Sehn, explica que as fumageiras do município estão processando menos tabaco pois algumas empresas deixaram de beneficiar o produto aqui e, por isso, estão contratando menos. “Há trabalhadores com o exame médico pronto esperando serem chamados, sendo que em outros anos já estariam trabalhando”.

Ele considera a situação preocupante pois as perdas econômicas geradas pelos empregos que se perderam no período não serão recuperadas. “Se fizermos uma conta bem simples considerando somente o que deixou de circular no município em salário, chegamos a aproximadamente R$ 2 milhões por mês”, alerta.

MERCADO
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Nelsoir Batisti (PSD), o setor fumageiro possui forte influência do mercado externo, restando pouco a se fazer. “É um setor que anda sozinho, é muito difícil interferir e o que quer que tenha sido feito até então por entes públicos não passou de ato político”. Mesmo assim, ele afirma que procurará manter contato com as empresas para ver o que está acontecendo.

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