Venâncio Aires é o maior produtor de abacates do Rio Grande do Sul

Olá Jornal
dezembro09/ 2020

A Capital do Chimarrão também pode ser a Cidade do Abacate. Isso porque, nos últimos anos Venâncio Aires ocupa posição de destaque entre os maiores produtores da fruta. Famosa na culinária mexicana e deliciosa no preparo de sobremesas, os benefícios do abacate já ganharam destaque.

Mas a sua produção, especialmente no Rio Grande do Sul, tem sido alternativa de renda para os produtores agrícolas. Em 2019, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coloca o município como o maior produtor do estado, com com 200 toneladas colhidas. Na segunda posição entre as cidades gaúchas está Cachoeira do Sul. Em valores, o produto garantiu receitas de R$ 394 mil aos produtores venâncio-airenses. A área de cultivo no ano passado alcançou 20 hectares.

Porém, conforme a Emater de Venâncio Aires, 10,5 hectares são destinados para o comércio e o restante para consumo próprio e venda direta na cidade.

PREÇO
Para 2020, a projeção é de manter os mesmos patamares de produção, mas com acréscimo significativo nos ganhos para os produtores de abacate. Conforme dados da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), o preço do quilo da fruta quadriplicou em 2020. Em março o valor cobrado era de R$ 3,30 o quilo. Em novembro, o mesmo produto está custando R$ 13,89 na central. Segundo o engenheiro agrônomo e chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, a valorização ocorre por conta da demanda, especialmente pela diminuição de produção nos estados de São Paulo e Minas Gerais. “O mercado valorizou este produto, por ser saudável e de prático uso. Também envolve a diminuição do cultivo em São Paulo, que está ocupando as áreas que antes tinham produção de abacate, com o cultivo de soja e cana de açúcar,” explica.

NACIONAL
Se no Rio Grande do Sul, Venâncio Aires é o principal produtor de abacate, em nível nacional estamos bem abaixo no ranking. A liderança é ocupada pela cidade de Rio Paranaíba, em Minas Gerais, com a colheita de 12,5 mil toneladas. Na segunda posição aparece Jardinópolis, no estado de São Paulo, com 11,9 mil toneladas. As duas cidades lideram de forma isolada o levantamento nacional. Venâncio Aires aparece na 162ª posição no Brasil.

PRODUÇÃO
A liderança envolvendo cidades do Sudeste ocorre por conta do clima. Conforme Fin, a produção de abacates é sensível a ocorrência de geada. “Por isso, é fundamental observar os microclimas dos locais onde se projeta as áreas de cultivo. Analisar se já existem outros abacateiros ou se a incidência de geada não é tão rigorosa no inverno,” explica.

INCENTIVO
Mudas de abacate devem entrar no programa de distribuição mantido pela Emater, para incentivar a produção de frutas na região. Até então a espécie estava de fora, por conta do custo das unidades de cultivo. Porém deverá integrar o programa, pela valorização e abertura de mercado para os pequenos agricultores. Em média, de acordo com Fin, a muda de abacateiro tem custo de R$ 28,00. As plantas enxertadas são as que produzem melhor.

Ilustração/Freepik
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