Setor da beleza: mais de três mil salões sobrevivem à pandemia

Olá Jornal
setembro01/ 2021

O setor de serviços foi um dos elos da cadeia econômica mais afetados durante a pandemia da Covid-19. Por conta das restrições de acesso e a impossibilidade de aglomerações de pessoas, atividades nos salões de beleza, barbearias e centros de estética foram, durante vários momentos da pandemia, até mesmo impedidos de operar. O saldo desta batalha são números expressivos e otimismo. O Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros e Institutos de Beleza dos Vales do Taquari e Rio Pardo (Sindicabes dos Vales), contabiliza que atualmente existem mais de 3.000 estabelecimentos em atividade nas duas regiões. Histórias de superação e de reinvenção marcam estes números.

A presidente do Sindicabes dos Vales, Ana Lídia Jantsch, explica que durante todo o período mais crítico da pandemia, a entidade acompanhou de perto a dificuldade dos sócios, com orientações e informações a respeito de leis e decretos. “Como funcionar, como atender eram dúvidas constantes. Estivemos sempre junto dos trabalhadores da área da beleza, em especial, dos nossos sócios”, complementa.

Sócios que formam um pequeno exército nos 53 municípios ondem há atuação do Sindicabes dos Vales. A estimativa é que existam 3.000 salões e estabelecimentos de beleza. “Quando começaram os processos de flexibilização, a direção do Sindicabes participou de encontros em Porto Alegre e acompanhou de perto as negociações com os municípios”, reforça a presidente.

Inês Silveira é a vice-presidente administrativo do Sindicabes dos Vales e cabeleireira em Santa Cruz do Sul. Como alternativa à dificuldade de operar em meio à pandemia, ela reduziu a área do salão de beleza e mudou de endereço. “Foram medidas necessárias à adequação financeira para equilibrarmos as contas. O que se experimenta agora é um tempo de otimismo e retomada da economia. Estamos confiantes”, diz a vice-presidente.

No salão de Isolete Hünemeier, que é vice-presidente do Sindicabes dos Vales, não foi muito diferente. De uma hora para outra as noivas e os casamentos desapareceram e o trabalho de produção – com maquiagem e cabelo – para até 30 pessoas por fim de semana deixou de ser uma realidade. “Tivemos sábados que não registramos nada, nenhum cliente. Isto foi muito difícil para a manutenção do nosso trabalho. Assim como tantos setores, tivemos que nos reinventar”, destaca Isolete, que até mesmo voltou a investir nas tinturas de cabelo, ampliando os conhecimentos em Colorimetria para fazer frente às dificuldades da Covid-19.

Com a volta dos eventos, ela, assim como as demais empresárias do meio, voltam a recuperar o fôlego e a planejar a retomada das agendas cheias para atendimento. “Foi um momento desesperador, pois as despesas fixas não reduziram. As contas chegavam e não havia aquela movimentação financeira para fazer frente às necessidades de recursos para a gerência do salão”, compartilha Isolete.

A importância do coletivo

Além de representar a categoria da beleza em negociações e atuar diretamente na interpretação de leis e decretos, o Sindicabes dos Vales esteve lado a lado dos profissionais. Em Lajeado, por exemplo, ocorreu uma carreata pedindo a retomada das atividades e a flexibilização de regras; permitindo a partir da aplicação de protocolos sanitários, a volta do atendimento dos salões. “Nossa entidade comemorou, no dia 24 de agosto passado, 39 anos e esta característica de andar junto da categoria faz parte desta grande história”, destaca Ana Lídia Jantsch, presidente da entidade.

Além de andar ao lado dos salões e profissionais parceiros, o Sindicabes dos Vales movimenta-se para a retomada da economia. Em outubro próximo, deverá ser inaugurado o espaço para a realização de cursos de formação e eventos, considerado um salto para a categoria. “A dificuldade de mobiliário como lavatórios é um grande problema, hoje. Toda vez que realizamos um evento, ou um curso, era preciso locar um hotel, e sempre havia falhas, como a falta de instalações adequadas”, complementa.

O espaço será anexo ao escritório do Sindicabes dos Vales, em Lajeado. Contará com auditório, sala de reuniões e espaço para palestras e treinamentos.

Saiba mais

O Sindicabes nasceu em Lajeado, a partir da criação da Associação Profissional de Salão de Barbeiros, Cabeleireiros, Institutos de Beleza e Cabeleireiros de Senhoras, Turismo e Hospitalidade (Acitul), criada em 24 de agosto de 1982. A entidade que na década de 1980 realizava eventos, feiras e promovia cursos de qualificação se transformou em sindicato em 1995. Em 10 de novembro daquele ano, nascia o Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros e Institutos de Beleza do Vale do Taquari, com área de atuação nos vales do Taquari e Rio Pardo, a base territorial contempla 53 municípios destas regiões.

CRÉDITO: AI Sindicabes

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