Semana será de protestos contra o presidente Michel Temer

Apesar do governo de Michel Temer (PMDB) estar abalado com as delações dos donos da JBS, o presidente orientou sua equipe a ir para o enfrentamento. Porém, movimentos sindicais e populares também pretendem ir às ruas para pedir a saída do peemedebista. Manifestações estão programadas para pressionar mudanças, a partir deste domingo, 21, em Venâncio Aires.

O ato está agendado para às 17h na praça Henrique Bender (Bandeira), organizado pelo Movimento Despertamos. Além da mobilização local, o Comitê Suprassindical, formado por seis sindicatos de trabalhadores venâncio-airenses, se desloca para Brasília, onde integrará manifestação nacional contra as reformas da Previdência e Trabalhista, além do pedido de afastamento do presidente.

O grupo formados pelas entidades de classe seguirá a Capital Federal em ônibus organizados pelas centrais sindicais e federações. Os atos estão agendados para a quarta-feira, dia 24.  Muito além de bandeiras sindicais e partidárias, o comitê pretende unir forças às mobilizações programadas em frente ao Palácio do Planalto, em ato chamado de “Ocupa Brasília”.

Em reunião nesta quinta-feira, 18, as lideranças do grupo definiram as ações para os próximos dias. A defesa segue pelo arquivamento das reformas propostas pelo governo Michel Temer.  “Como este presidente envolvido nessas acusações poderá encabeçar reformas que retiram os direitos dos trabalhadores? Precisamos arquivar esse projeto, não há como manter essas discussões com toda essa crise política,” afirma João Emerson Dutra de Campos, do Sindicato dos Trabalhadores do Calçado e Vestuário.

No mesmo sentido, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Fumo, Alimentação e Afins, Rogério Siqueira, destaca que é preciso novamente mobilização da população.  “Do jeito que está, não podemos ficar parados. É mais uma prova de que não há condições do Temer continuar governando o país,” destaca.

ENFRENTAMENTO

O presidente Michel Temer orientou a equipe a “partir para o enfrentamento, na tentativa de mostrar que não está acuado com as delações feitas pela JBS nem com o inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigá-lo.  Nas conversas desta quinta-feira, 18, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, ele pediu resistência aos partidos da base aliada, do PSDB ao PP, e cobrou apoio à agenda das reformas.

FUTURO

A renúncia seria o caminho mais rápido para solucionar a crise política. É uma decisão pessoal. O processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, em tese, seria a segunda saída mais rápida para a crise. O início do julgamento está marcado para 6 de junho. Outro caminho é um processo de impeachment de Michel Temer, que tende a ser longo e a demorar pelo menos alguns meses. A quarta alternativa, com a permanência de Temer na Presidência tende a aumentar a crise política e levar o país a um beco sem saída: uma paralisia decisória, com efeitos na economia. As delações da JBS devem atingir deputados, senadores e demais membros do governo, bem como os ex-presidentes, Lula e Dilma.

Guilherme Siebeneichler