Segunda maior categoria de Venâncio, metalúrgicos têm desafios com a reforma trabalhista

Olá Jornal
abril21/ 2018

Com três mil trabalhadores, 30% mulheres, os metalúrgicos formam a segunda maior categoria de Venâncio Aires. A classe fica atrás apenas dos trabalhadores nas indústrias do fumo em época de safra. Embora os agricultores sejam a maior força de trabalho do município, a maioria trata-se de proprietários de suas terras e, assim, não estão sujeitos às questões trabalhistas comuns aos empregados de fábricas. E estas questões são consideradas o principal desafio pelo sindicato da categoria.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Adolfo da Rosa, a Reforma Trabalhista trouxe apreensão à classe. “As empresas pressionam para que sejam colocados em prática os formatos de terceirização onde os funcionários, que deveriam ser contratados conforme a CLT são forçados a prestar serviço como autônomo jogando responsabilidade do negócio para os trabalhadores”. Rosa ainda chama atenção que a reforma abriu precedentes
para que o trabalhador negocie salário e demais questões direto com a empresa, o que coloca o trabalhador em desvantagem.

“Numa empresa não existe igualdade entre empregador e empregado, por isso defendemos a representatividade de classe”, explica. Hoje, o piso de um metalúrgico está em R$ 1.450.

EMPREGO
Outro desafio dos metalúrgicos é a oferta de empregos. Desde 2008, quando o setor atravessou uma forte crise nacional motivada pela economia mundial, a categoria viu as vagas de trabalho encolherem. Segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), a indústria paulista demitiu mais de 34 mil trabalhadores em um mês naquele ano. Em Venâncio Aires, o auge do setor foi em 2006 quando o número de trabalhadores nas fábricas chegou a cinco mil. De lá pra cá, as cerca de 60 empresas do ramo promoveram ajustes que diminuíram a oferta de vagas.

As maiores empresas atuam no ramo de refrigeração, linha branca e fogões industriais. Mesmo assim, o presidente do sindicato confirma que o município mantém-se como importante polo metalmecânico para o estado.

SINDICATO
O Sindicato dos Metalúrgicos possui 1.750 associados e a entidade trabalha para aumentar o número de colaboradores com o objetivo de garantir a continuidade da mobilização em prol dos trabalhadores. “Queremos que o trabalhador entenda que se ele quer ser representado na hora de uma negociação salarial, por exemplo, ele precisa fazer a sua parte e fortalecer a unidade da classe que hoje ocorre por meio do sindicato”, afirma Rosa.

Além disso, a instituição tem lutado para fornecer benefícios aos associados e seus dependentes. De acordo com o presidente, neste ano foi ampliado o quadro de assistencialismo como atendimento de médica ginecologista. A Drª Adriana Martins realiza atendimentos todas terças-feiras pela manhã.

O sindicato também conta com atendimento pediatra, clínico geral, odontológico de segunda a sábado e convênio diferenciado com oftalmologista. As dua sedes campestres foram totalmente reformadas, sendo que o associado que for locar qualquer uma das sedes ganhará sem pagar nada a mais dois brinquedos para as crianças.

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