Preço da safra de fumo volta a discussão neste mês

Janine Niedermeyer
janeiro02/ 2017

As entidades representativas do produtores de tabaco voltam a debater o percentual de reajuste do preço do tabaco para a safra 2016/2017 no dia 18 de janeiro. Ainda em novembro, os fumicultores garantiram 8,35% de reajuste por parte da empresa Souza Cruz, com a assinatura do protocolo entre as partes.

A primeira proposta havia sido 10,9%, considerando a variação do custo de produção de 7,3%. Desta forma, as entidades entenderam que o índice ofertado além de repor a variação do custo de produção, garante um ganho real aos fumicultores.

O secretário da Afubra, Romeu Schneider, espera que haja uma definição das demais empresas. Para ele, a expectativa é que elas sigam a mesma linha da Souza Cruz. “Essa seria a tendência mas vamos aguardar para ver o que decidem”.

A expectativa era que Alliance One, Philip Morris, JTI, Universal Leaf e China Brasil Tabacos procurassem as entidades para a assinatura do protocolo até 15 de dezembro, o que não ocorreu.

AVANÇO
A definição de preço do tabaco já em novembro é considerada um avanço para as entidades. “Estabelecer esse preço ainda este ano, para que os fumicultores já iniciem a comercialização do seu produto cientes do preço que irão receber é importante para o bom andamento da safra”, destacam os representantes dos fumicultores.

A comissão representativa dos fumicultores é formada pelas federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).

TRABALHADORES

As negociações salariais para os trabalhadores das indústrias devem ser retomadas neste mês após encontros sem sucesso desde novembro.

A proposta inicial das empresas foi de 7%, índice abaixo da inflação, sendo que os trabalhadores reivindicam a reposição do INPC, que ficaria em torno de 7,5%, mais ganho real de 3%. Além disso, solicitam cesta básica de R$ 150. Neste item o apresentado inicialmente foi R$ 120, sendo que atualmente a cesta básica está em R$ 115.

O piso atual da categoria está em R$ 994,40, menor que o piso regional que é de R$ 1.103,66. Os trabalhadores ainda têm direito a cesta básica e ao Plano de Participação nos Resultados (PPR). Em Venâncio Aires são cerca de dois mil funcionários contratados na indústria do fumo e que se enquadram nas negociações.

Foto: Mapa/ Divulgação

Janine Niedermeyer