Pesquisa aponta alto consumo de crack em Venâncio Aires

Guilherme Siebeneichler
outubro08/ 2016

O consumo de drogas tem aumento no perímetro rural das cidades brasileiras. A informação consta em estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), chamado de Observatório do Crack. Venâncio Aires foi classificada pelo levantamento como uma cidade com alto índice de usuários da droga.

A epidemia tem exigido investimentos na área da saúde, entretanto, com a crise econômica os recursos para os setores fundamentais do poder público foram afetados, exigindo revisão das políticas sobre o tema.

A Capital do Chimarrão figura entre os 90 municípios gaúchos que possuem alto nível de problemas relacionados ao consumo de crack.

O estudo classifica as cidades a partir do número de pacientes registrados nas redes de atendimento. Além disso, outros 160 municípios foram classificados com nível médio, 163 com baixa incidência de consumo, 43 não responderam o estudo e 41 municípios não possuem problemas com drogas. Sem uma assistência nacional sobre o tema, cabe aos municípios buscarem alternativas para os dependentes químicos.

Convênios com instituições privadas para internações, ala psiquiátrica no Hospital São Sebastião Mártir com 15 leitos e a rede dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), são alguns dos pontos do apoio aos usuários de drogas.

Na região, Santa Cruz do Sul, Lajeado e General Câmara também foram classificados com alto índice de consumo de entorpecentes O estudo da CNM iniciou ainda em 2015 e foi publicado para todos os municípios brasileiros no fim do mês de setembro.

VENÂNCIO

Atualmente são 1.892 pessoas cadastradas na rede de apoio aos dependentes químicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Mensalmente, por exemplo, passam pelo CAPS AD até 200 pessoas para atendimento. As drogas mais consumidas por estes usuários são: Álcool, Cocaína e Crack.

Mesmo com o levantamento nacional, a coordenadora do centro de apoio, Patrícia Antoni destaca que a maioria dos usuários não consomem apenas um tipo de entorpecente.

“São dependentes de um ou mais tipos de drogas. Mas o crack não é a maior incidência registrada. O álcool segue sendo o principal”.

APOIO

Além da rede municipal, dependentes químicos também são encaminhados para unidades de saúde em Candelária e Rio Pardo. Neste município também funciona um Centro de Tratamento, na forma de fazenda para reabilitação. Mensalmente são encaminhadas pessoas que buscam se livrar das drogas.

Até o fim do ano a equipe do CAPS AD concluíra um levantamento da situação atual em Venâncio Aires, sobre a dependência de entorpecentes. A proposta é de mapear o consumo, locais e criar políticas públicas para nortear a rede de atendimento.

Guilherme Siebeneichler