Pedágio de Venâncio é o que mais arrecadou na EGR em 2016

Guilherme Siebeneichler
fevereiro18/ 2017

Dados financeiros do volume arrecadado pelas 14 praças de pedágio da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), ao longo de 2016, foram publicados na última semana. A unidade de Venâncio Aires foi a principal no volume de arrecadação, fechando o ano passado com R$ 26.660.358,05.

Em comparação com as praças regionais, ainda na RSC-287, em Candelária foram movimentados R$ 15.828.333,41. Na RSC-453, em Cruzeiro do Sul, o balanço financeiro fechou em R$ 12.670.418,64. Entre todas as praças de cobrança de tarifas da empresa foram arrecadados ao longo de 2016, R$ 209.889.244,31. Apesar disso, a EGR desembolsou ao longo do ano passado mais do que arrecadou, o caixa fechou em R$ 213.617.462,03.

Apesar das receitas positivas em Venâncio, a direção da estatal lembra que foram aportados mais R$ 2,3 milhões, emprestados de outras praças para suprir as demandas da estrada. Quando comparado com 2015 as receitas da empresa registraram crescimento 12% (R$ 186.384.402,21). Naquela oportunidade a praça venâncio-airense era a segunda em maior arrecadação, ficando atrás apenas da unidade Portão.

AVALIAÇÃO
Na avaliação do diretor-presidente da EGR, Nelson Lídio Nunes, a praça venâncio-airense despontou na arrecadação porque houve baixa na economia, especialmente na região metropolitana. Por outro lado, a produção agrícola não teve os mesmos impactos. “Na RSC-287 há muita circulação de caminhões e forte ligação com o setor primário. Nestas regiões houve incremento na arrecadação”.

As despesas apontadas pelo balanço para a praça de cobranças local, segundo o gestor é em virtude da manutenção da rodovia e a obra do viaduto em Santa Cruz do Sul. “Só esse investimento exigirá R$ 26 milhões”, lembra.
Além da projeção de gastos, ainda na RSC-287 serão necessários R$ 700 mil para a construção de um pontilhão em Candelária, após problemas em uma galeria, na base da estrada.

SEM TRANSPARÊNCIA
Apesar do balanço, o presidente do Conselho Regional das Rodovias Pedagiadas (Corepe) trecho 8, Luciano Naue, afirma que um relatório detalhado precisa ser enviado ao grupo para análise.  Segundo ele, a capacidade financeira da empresa é um incógnita. Quanto ao prejuízo registrado no ano passado, Naue afirma achar estranho o desequilíbrio financeiro em quase R$ 4 milhões.

“Isso por si só é estranhíssimo, uma vez que se deu resultado negativo, deverá aparecer no balanço do ano base 2016. O Corepe também ainda não teve acesso ao balanço ano base 2015. Tudo leva a crer que os movimentos estão em direção a desqualificar a empresa e encaminhar uma privatização,” argumenta.

REUNIÃO
Entre as ações do Corepe, além de indicar prioridades para investimentos, é de avaliar as contas da EGR. Desde o ano passado não são realizadas reuniões entre o conselho e a direção da empresa. A previsão é de regularizar as reuniões nos próximos meses, após o governador Sartori sancionar mudanças no estatuto da EGR.

Guilherme Siebeneichler