O Olá Jornal acompanha de forma inédita a partir desta quinta-feira, 13, o Fórum Global de Nicotina (GFN em inglês), direto da cidade de Varsóvia, Polônia. O evento, que ocorre até o sábado, 15, é o maior sobre os temas redução de danos e produtos de nicotina e é realizado anualmente na capital polonesa.
Ao chegar a 11ª edição, o GFN traz como tema principal “Economia, Saúde e Redução de Danos do Tabaco”. O foco será abordar a transformação de hábitos e de mercados com o aumento do número de cigarros eletrônicos, utilizando produtos de tabaco aquecidos e outras alternativas não combustíveis, como snus e bolsas de nicotina (tipos de tabaco e nicotina oral).
Da mesma forma, o impacto destas mudanças a curto e a longo prazo, para os fumantes que mudam para novas alternativas, bem como para as empresas que desenvolvem, fabricam e distribuem novos produtos e aos governos, em termos de receitas fiscais e potenciais poupanças em custos de saúde.
O programa foi concebido para abordar algumas questões-chave, tentando identificar exemplos de boas políticas e práticas, bem como identificar obstáculos à realização de mudanças. Além de custos, benefícios e oportunidades apresentadas por uma nicotina considerada mais segura.
Entre as pautas estão a aplicação incorreta do princípio da precaução e o seu impacto na redução dos danos; os custos potenciais da proibição dos novos produtos; análise custo-benefício de produtos de nicotina mais seguros para fumantes, fabricantes e governos; e a análise das medidas de controle do tabaco, se elas continuam a produzir benefícios tangíveis ou seria o caso de uma revisão radical.
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SAIBA MAIS
Desde a sua criação, o GFN centrou-se no papel dos produtos de nicotina mais seguros para ajudar as pessoas a deixar de fumar. O rápido desenvolvimento continua em tecnologias que oferecem aos consumidores alternativas consideradas mais seguras ao cigarro, chamado de tabaco combustível. Isso inclui vaporizadores, alternativas orais como bolsas de nicotina e novas formas de snus, além de tabaco aquecido. A conferência chama todas as principais partes interessadas a examinar os benefícios individuais e para a saúde pública de produtos de nicotina mais seguros, uma vez que as evidências apoiam cada vez mais a sua eficácia em ajudar as pessoas a abandonarem comportamentos de alto risco.
Benefícios econômicos da redução de danos no foco dos debates
A edição deste ano do GFN coloca no centro dos debates o aspecto econômico da redução de danos por meio dos novos produtos. Segundo a diretora da conferência, Jessica Harding, um dos pontos será os benefícios econômicos para o sistema de saúde. “Também analisaremos os potenciais custos econômicos de regulamentações excessivamente rígidas que podem levar à introdução de proibições. Os efeitos variam de perda de receita tributária, perda de empregos e potencialmente menos abandono e mais tabagismo”, explica.
Além disso, os impasses na redução de danos também serão explorados com objetivo de superá-los. “O ponto central do GFN é a redução de danos – e algo que também discutiremos é por que a redução de danos do tabaco enfrenta tanta apatia, dado que a redução de danos é tão amplamente aceita em outras áreas, como no uso intravenoso e na prevenção de infecções por HIV/AIDS”.
Segundo Jessica, o evento tem um papel fundamental na compreensão do consumo de nicotina. “Nosso objetivo é sempre facilitar a interação e o engajamento entre as diversas partes interessadas neste setor. O mundo da nicotina pode ser controverso e há muita desinformação e mal-entendidos. Esperamos promover uma melhor compreensão de produtos de nicotina mais seguros e o papel da redução de danos do tabaco”, afirma.
DESAFIO
Ao longo de 11 anos de GFN muitos avanços ocorreram nos produtos de nicotina como educação de danos ao tabagismo. “Acho que no passado o desafio era inovar com sucesso e criar um produto ou produtos que pudessem competir efetivamente com os cigarros, que eram e ainda são (até agora, pelo menos), os dispositivos de administração de nicotina mais populares. Acho que todo o investimento e inovação valeram a pena e os fumantes que desejam parar têm uma variedade de produtos para escolher e, portanto, têm mais probabilidade de encontrar algo que funcione para eles.
No entanto, ainda há muito o que conquistar na avaliação da coordenadora do evento. “No futuro, isso pode não continuar a ser o caso. Embora as preocupações com os jovens usando nicotina e as questões ambientais em relação aos descartáveis sejam justificáveis, as reações impulsivas dos reguladores geralmente resultam em regras excessivamente rígidas que acabarão sufocando a inovação. Proibições ou restrições no formato do dispositivo, potência, concentração de nicotina e sabor reduzirão a variedade e, no final das contas, serão as pessoas que fumam e querem e precisam de um produto que funcione para elas que sofrerão. O desafio no futuro será encontrar novas maneiras de inovar”, avalia.