Número de usinas fotovoltaicas instaladas em Venâncio neste ano já ultrapassa 2020

Olá Jornal
setembro11/ 2021

Aumento nas contas de energia e investimento para créditos na conta de luz motivam a implantação de micro usinas de energia em diferentes regiões do país. Em Venâncio Aires essa realidade não é diferente e até o fim de agosto o município já registra número superior de unidades geradoras instaladas no ano passado.

Apesar do aumento nas usinas instaladas no município, a potência gerada ainda não alcançou o total de 2020, mas o ano se desenha para ser o maior da série histórica, iniciada em 2014 na cidade. Até agosto, na Capital do Chimarrão foram geradas 2.425,58 kW com as novas unidades geradoras. Em 2020, a potência instalada foi de 2.638,45 kW. Até o fim de dezembro, a projeção é de chegar próximo de 3 mil Kw instalados em um ano, recorde desde o início do setor.

Venâncio Aires ocupa cenário de destaque na geração de energia a partir do sol. Atualmente ocupa a 11ª posição em potência instalada no Rio Grande do Sul. A Capital do Chimarrão possui 1.141 unidades de geração de energia, com potência instalada de 10.898,54 kW. A lista é liderada por Caxias do Sul, que no ano passado ultrapassou Porto Alegre, com 27.230,12 kW instalados.

CENÁRIO
No último dia 27 de agosto a Cooperativa Sicredi Vale do Rio Pardo (SicrediVRP) inaugurou a sua usina fotovoltaica, instalada em Rio Pardo, às margens da BR-471. A estrutura recebeu investimentos de R$ 2 milhões, em 1.238 módulos de 440w cada, com geração de até 544,720 kWp de potência instalada. Na inauguração, em entrevista ao Olá Jornal, o presidente da entidade, Heitor Petry, destacou que o cenário atual aponta para crescimento do segmento. “Sempre entendemos que a energia sustentável teria mais espaço. Com o aumento no custo da energia, este tipo de investimento tem se tornado cada vez mais atrativo.”

A Sicredi VRP foi pioneira na oferta de financiamentos para implantação de micro usinas na região. Desde 2017 já foram implementadas 1,5 mil unidades, com quase R$ 100 milhões em crédito. “Fomos pioneiros por acreditar que este é um investimento de futuro. Na atuação conjunta, com a crise hídrica e possível crise energética, estes investimentos ganham ainda mais peso e a cooperativa possui linhas de investimento para os associados interessados,” destaca Petry.

Momento oportuno de investimento para gerar economia

A atual crise energética do Brasil somada a aprovação do marco legal dos micro e minigeradores de energia abre oportunidade para a energia solar. Frente a alta no preço da energia elétrica e agora com maior segurança jurídica, o momento é considerado favorável para investimentos no setor em busca de economia de recursos financeiros e ambientais. A avaliação é da diretora da Solled Energia, Mara Schwengber.

Segundo a empresária pioneira no setor na região, o cenário de possibilidade de racionamento de energia e até de cortes no fornecimento, de bandeira vermelha patamar dois que subiu de preço, e onde há uma especulação de que seja criada uma nova, e de um novo preço faz com que a conta de energia tenha impacto no bolso tanto das pessoas físicas como das empresas e também no agronegócio. “Poder gerar sua própria energia, conectar na rede e gerar créditos tem sido de fato uma solução para fugir um pouco desses impactos, desses aumentos sucessivos de energia elétrica”, avalia.

Segundo Mara, hoje a matriz energética é composta por várias fontes sendo que a solar fotovoltaica representa 1.8%, o que demonstra um longo caminho a ser percorrido. No entanto, muitos já se deram conta disso o que coloca o setor em um patamar de crescimento. “O crescimento tem sido exponencial na busca pela energia solar fotovoltaica. A gente enxerga que ela não é a única solução, porque a matriz precisa ser mista com várias fontes porque a gente não tem sol 24 por dia, mas ela é uma das soluções”.

Fruto desse crescimento está o Rio Grande do Sul, terceiro estado do Brasil em potência instalada.

SEGURANÇA
Com a aprovação do marco regulatório, a expectativa é que o crescimento seja ainda maior. O projeto (PL 5829/19) aprovado pela Câmara dos Deputados estabelece uma transição para a cobrança de encargos e tarifas de uso dos sistemas de distribuição por parte dos micro e minigeradores de energia elétrica. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Senado.

“Hoje quem tem o sistema fotovoltaico instalado ou instalar em até 12 meses após a aprovação do projeto vai permanecer com seu direito adquirido até 2045,” explica Mara. Além disso, Mara destaca a facilidade de acesso a esse tipo de investimento. “É muito provável que hoje na grande maioria das contas é possível por exemplo substituir conta por parcela sem ter nenhum desembolso. E depois da liquidação do financiamento passa a ter recurso disponível para fazer novos investimentos, vai ficar disponível no orçamento familiar e isso faz uma diferença muito grande inclusive para o desenvolvimento regional”, conclui.

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