Mesmo com crise logística, setor do tabaco projeta embarcar toda produção atrasada até março

Olá Jornal
fevereiro15/ 2022

Apesar das dificuldades globais de logística, o setor do tabaco espera embarcar toda a produção atrasada de 2021. O alto preço do frete marítimo somado a falta de contêiner atinge a exportação mundial desde o ano passado quando os mercados voltaram a operar normalmente. A demanda reprimida pela crise sanitária do novo Coronavírus (Covid-19) levou o sistema, que já operava em 95% de sua capacidade, entrasse em colapso no pós-pandemia.

O alto fluxo com a retomada da economia fez com que o preço do contêiner saltar de cerca de US$ 2 mil por unidade antes da pandemia para US$ 12 mil, um aumento de 500%. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apurados com 128 empresas e associações industriais apontam que mais de 70% sofreram com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade foi obrigada a cancelar ou suspender as atividades. O levantamento constatou ainda que 96% das empresas perceberam um aumento no valor do frete de importação e 76% no das exportações.

Mesmo neste cenário, o setor do tabaco projeta dar destino a produção remanescente do ano passado. “O frete marítimo continua bem mais caro e os problemas logísticos também continuam, mas a expectativa é de conseguir embarcar até a metade de março”, prevê o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke.

É o que também planejam duas das principais empresas exportadoras de tabaco de Venâncio Aires. Alliance One e China Brasil Tabacos enfrentam os impactos causados pelo pós-pandemia no comércio internacional mas com boa perspectiva. “Esse cenário influencia diretamente no atraso das exportações, mas há previsão de embarque de todo o volume previsto pelas empresas”, afirmam.

VOLUME
O quadro já refletiu na diminuição do volume de tabaco exportado em 2021. Foram 464.429 toneladas contra 514.287 toneladas de 2020, uma redução de 9,69%. O impacto em valores foi maior, com diminuição de 10,61%, caindo de US$ 1.638 bilhão em 2020 para US$ 1.464 bilhão.

“No final de 2021 sobrou mais tabaco do que em 2020, no entanto, temos mantido a média de volume nos últimos cinco anos”, avalia o presidente do Sinditabaco.

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