Mais de 25% da água tratada de Venâncio vai pelo ralo

Olá Jornal
março22/ 2018

Aliado ao desafio de garantir água potável para a população, existe outro, que coloca em debate todo o sistema de dutos e redes de distribuição. Atualmente no Brasil são perdidos 40% da água tratada. Em Venâncio Aires este percentual gira entre 25% e 30%. Os dados são da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), e medidos no último ano.

A perda de água é um dos pontos mais frágeis do sistema de saneamento e das empresas operadoras. Em qualquer processo de abastecimento de água por meio de redes de distribuição no mundo ocorrem perdas de água. As chamadas perdas reais são as associadas aos vazamentos, já as perdas aparentes são as relativas à falta de hidrômetros ou demais erros de mediação, às ligações clandestinas e ao roubo de água.

Conforme o gerente local da Corsan, Ilmor Dörr, os levantamentos anteriores sobre o desperdício não tinham informações precisas e estavam baseadas em estimativas. “Houve investimentos em novos hidrômetros e equipamentos capazes de fazer avaliação de vazamentos.”

O representante da empresa também destaca que a implantação de equipamentos de telemetria também permitirá a identificação de pontos onde estejam ocorrendo vazamentos na rede de distribuição. O gerenciamento a distância garantirá mais eficiência, já que atualmente é preciso comunicar a empresa sobre pontos onde ocorram perdas de água. “Queremos usar a tecnologia a nosso favor e diminuir esse percentual de vazamento. O controle operacional a distância garantirá mais eficiência no abastecimento da cidade,” destaca.

PERDAS
Atualmente a Estação de Tratamento de Água (ETA) processa 300 mil metros cúbicos por mês. Ou seja, mais de 75 mil metros cúbicos são perdidos em vazamentos ou desperdiçados no uso doméstico. A unidade trata 142 litros por segundo de água. Se em Venâncio o percentual de água perdida é de quase 30%, na cidade vizinha Santa Cruz, esse percentual alcança 65%.

O Instituto Trata Brasil aponta que todas essas perdas trazem impactos negativos, seja à sociedade, ao meio ambiente, à receita das empresas e mesmo aos investimentos necessários aos avanços do saneamento. Segundo o estudo, a cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, apenas 63 litros são consumidos, ou seja, 37% da água no Brasil é perdida, seja com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água, resultando no prejuízo de R$ 8 bilhões.

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