Indústrias estão na expectativa de regulação dos cigarros eletrônicos

Olá Jornal
agosto31/ 2019

As indústrias de tabaco estão na expectativa pela regulamentação dos novos produtos de tabaco. Após as audiências públicas, as multinacionais acreditam que o tema está amplamente abordado e que já há elementos suficientes para que a regulamentação seja o caminho escolhido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Para a gerente de relações científicas da Souza Cruz, Analucia Saraiva, as discussões foram muito positivas, uma oportunidade de abordar as questões científicas e a importância de oferecer ao consumidor brasileiro um produto de potencial risco reduzido. “O que a gente vai fazer com esse 0,43% mencionado pela Fiocruz que já está consumindo esse produto? A gente está falando de um país com dimensões continentais, são milhares de pessoas, são vidas humanas, o que fazer com essas pessoas? A Anvisa vai fechar os olhos pra essas pessoas como o FDA [sigla em inglês para Food and Drug Administration, agência reguladora americana] fez e deu no que deu? Então acho que o momento é de mudança e estamos com essa expectativa muito positiva”.

O diretor assuntos externos da Philip Morris Brasil, Fernando Vieira, acredita que já há maturidade em termos de conhecimento e de discussão para se avançar à efetiva regulamentação. “É um assunto que já está sendo tramitado na Anvisa há muito tempo, há cerca de três anos, então acho que é importante avançar para dar a opção, para quem realmente vai continuar a usar tabaco, de um produto melhor e o governo conseguir controlar isso. Acho que todos saem ganhando.”

De acordo com o diretor de assuntos corporativos e comunicação da Japan Tobacco International (JTI), Flávio Goulart, as audiências representaram um avanço importante no processo regulatório por dar chance de participação efetiva da indústria e da cadeia produtiva. “Precisamos continuar a compartilhar e discutir os resultados científicos de forma técnica, com o rigor científico requerido neste tipo de discussão para que possamos chegar a uma posição equilibrada sobre este assunto”.

OPORTUNIDADE
O diretor científico da Fontem Ventures, subsidiária do grupo Imperial Brands e fabricante da marca global Blu, Grant O’Connell, considerou o debate como uma oportunidade para fumantes. “A Anvisa tem que estar contente por ter organizado esse evento para que todos pudessem ser ouvidos para tomarem uma decisão informada. Seguramente a Anvisa vai estudar todas as informações e tomará uma decisão inteligente. Acredito que haja uma regulação”. A empresa que não possui atuação no Brasil pretende instalar-se no país caso os novos produtos sejam liberados.

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