Indústrias esperam debate sobre cigarros eletrônicos na COP9

Olá Jornal
dezembro21/ 2019

O debate sobre cigarros eletrônicos na 9ª edição da Conferência das Partes da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (COP9) é pauta que não deve passar em branco para as indústrias. Os novos produtos de tabaco já consumidos em diversas partes do mundo, e que têm ocupado destaque no último ano, surgem como a expectativa para as discussões que ocorrem em 2020, na Holanda.

Quais são as contribuições que o maior evento antitabagista terá para a nova realidade que se apresenta? O que pode fazer pelo Brasil, por exemplo, país líder na implantação dos acordos da convenção e que discute a regulamentação desses produtos?

Até o momento pouco se avançou. A falta de pesquisas que sejam aceitas pela convenção coloca o tema em banho-maria enquanto na vida lá fora o consumo já é realidade. O debate não avança e a recomendação é de que os países não regulamentem os novos produtos. Mas o aumento no consumo desses novos produtos muda o cenário e coloca o tema em novo patamar sendo urgente a abordagem e medidas efetivas.

MENOS RISCO
Para a Philip Morris Brasil (PMB) existem cada vez mais evidências científicas de que produtos como o tabaco aquecido são, para os adultos fumantes, uma alternativa melhor do que os cigarros.

Sendo assim, a empresa entende que ao combinar as medidas de prevenção e cessação já existentes com a política de redução de danos para produtos de tabaco, as Partes podem aumentar o impacto da Convenção, uma vez que a convenção tem explorado continuamente novas maneiras de reduzir o consumo de produtos de tabaco. “Inclusive estimulando as empresas a fazerem a transição para alternativas, como o tabaco aquecido, reduzindo assim o consumo de cigarros de forma mais acelerada”, afirma o Gerente de Assuntos Externos da Philip Morris Brasil, Guatimozin Santos Filho.

ESTUDOS
A Souza Cruz defende que já há estudos suficientes que demonstram o risco reduzido dos novos produtos de tabaco. A empresa cita publicação do Public Health England, do Reino Unido, que reporta que os vaporizadores têm o potencial de oferecer até 95% menos risco do que o cigarro convencional.

Além disso, defende que nos países onde já há regulamentação há total controle do que é produzido e vendido, exigindo das empresas um alto padrão de qualidade. Alternativas para o consumo do tabaco têm sido a busca da multinacional. A British American Tobacco (BAT), controladora da Souza Cruz, investiu US$ 2,5 bilhões em pesquisa nos últimos anos e contou com o trabalho de 1,5 mil cientistas, que publicaram 109 estudos científicos e registraram 3,3 mil patentes, sendo que mais de 1,6 mil delas já foram concedidas.

AVANÇAR É PRECISO
Da mesma forma, a Japan Tobacco International (JTI) acredita que esta é uma pauta importante. “Temos produtos de vapor e tabaco aquecido e este tem sido um tema recorrente nas últimas conferências, por isso o acompanharemos como acompanhamos outros temas relativos aos nossos negócios”, avalia o diretor de Assuntos Corporativos e Comunicação, Flávio Goulart. Ele lamenta que as indústrias não podem participar do debate. “A expectativa é um cenário de exclusão, o qual gostaríamos que não existisse. Em todas as outras COPs (há COPs para diversas questões, como clima e biodiversidade, por exemplo) há a participação de todas as partes interessadas, afinal, é conferência das partes. No caso da FCTC não há participação da indústria”.

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