Indústria de Beneficiamento eleva a economia de Venâncio

Fernando Uhlmann
novembro16/ 2016

Venâncio Aires aumentou a riqueza gerada pelas empresas em 47,61%, em 2015. O crescimento refere-se a geração de Valor Adicionado Fiscal (VAF) que passou de R$ 1,154 bilhão em 2014, para R$ 1,703 bilhão em 2015. A Indústria de Beneficiamento foi o setor que turbinou o indicativo com crescimento de quase 180%. Quanto mais alto for o índice, maior será a disponibilidade de recursos para investimentos públicos que melhoram as condições de vida dos moradores da cidade. Além disso, contribui para o retorno do ICMS ao município.

A economista Presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e Gerente da Incubadora Tecnológica da Univates (Inovates), Cíntia Agostini, explica que o aumento no VAF aponta para um crescimento municipal e aumento de vendas. “Sem dúvida, esse crescimento demonstra resultados positivos da economia local e que resultarão em maiores retornos para a gestão municipal qualificar seu atendimento à comunidade local”.

Tabaco

A Indústria de Beneficiamento, onde enquadram-se as fumageiras, foi a que teve maior alta, passando de R$ 297,468 milhão para R$ 832,790 milhão. A variação histórica de 179,95%, de um ano para o outro, faz com que o setor passe a ter 48,88% de participação no VAF do município, o que em 2014 representava 25,77%.

Conforme a especialista, o crescimento exponencial nesta categoria é atribuído à exportação e à perspectiva do consumo mundial dos produtos do tabaco. “A exportação especificamente nestes últimos períodos obteve resultados positivos em função da desvalorização da moeda nacional”, explica.

Sabe-se que em 2015 as fumageiras comercializaram os estoques de tabaco, o que fez diferença no desempenho. Da mesma forma, o preço pago pelo produto também conta para a boa performance no índice.

Setor primário

Um dos principais setores, o de Produção e Extração Animal e Vegetal, teve baixa de 1,69%, passando de R$ 221,453 milhões para R$ 217,701 milhões.

A queda significou também menor participação no VAF, com 12,77%, sendo que antes simbolizava 19,18%. Mas manteve a posição de terceiro na representatividade.

A Indústria de Transformação manteve a segunda posição na consideração do VAF, mesmo com queda de 7,57%. O setor que representava 23,89% do VAF agora participa com 14,95%. Quem teve a maior variação positiva foi o de Comércio Atacadista, com 41,09%.

A perda de espaço destes dois setores deve ser encarada com atenção, de acordo com a economista. Cíntia considera importante o município ter um olhar diferenciado para os dois segmentos, embora venham sofrendo em nível nacional. “A indústria há muito demonstra queda nos resultados e está com dificuldades de retomar seu crescimento,” lembra.

Fernando Uhlmann