Frigoríficos de Venâncio param a produção devido a greve dos caminhoneiros

Olá Jornal
maio24/ 2018

A produção dos frigoríficos de Venâncio Aires está paralisada em função da greve dos caminhoneiros que bloqueia estradas pelo país. Sem conseguir entregar a carga abatida as empresas suspenderam o abate e trabalham apenas com manutenção interna. A produção também é afetada no processamento pois as unidades não conseguem receber a matéria prima.

O proprietário do Frigorífico Sapé, Cristian Roehl, considera a situação caótica. Sem produção há dois dias, a empresa que abate cerca de 130 animais por dia liberou grande parte dos 120 funcionários e trabalha apenas na desossa. “Há uma grande preocupação, o resultado vamos colher em 60 dias”, avalia o empresário referindo-se aos prejuízos.

O Frigorífico Boi Gaúcho encerrará as atividades, que já estão em 80% da capacidade, nesta quinta-feira, 24. Com abate de aproximadamente 200 animais por dia, a unidade não consegue fazer as entregas e nem mesmo receber os animais para o abate. O proprietário Neri do Nascimento estima um prejuízo de R$ 100 mil por dia. “O prejuízo é enorme, não conseguimos fazer entregas desde segunda-feira”. O empresário afirma que em 10 anos de empresa nunca viu uma situação parecida. Atualmente o frigorífico possui 140 funcionários.

Já o Frigorífico Kroth vai parar a produção nesta sexta-feira, 25. De acordo com o proprietário, Fábio Kroth, nesta quinta-feira, 24, ainda há veículos fazendo entregas de carne em regiões sem bloqueios no entanto alguns caminhões trancados com destino para a fronteira. “Não queremos arriscar transportar gado e ficar com o mesmo trancado em alguma manifestação”, explica. A unidade abate 250 animais por dia.

ESTADO

O diretor do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Monsale, afirma que a situação está beirando ao caos. Ele explica que esta quinta-feira, 24, é o último dia de abate de quem ainda tem animais e por isso enfrentam uma encruzilhada devido a falta de condições de entregar a produção e também de destino correto dos resíduos do abate. “Muitos frigoríficos dependem de empresas que fazem o recolhimento diário dos resíduos o que fica comprometido com a paralisação dos caminhoneiros”. Assim, mesmo que abatam os animais enfrentarão dificuldades em destinar esses materiais.

Monsale prevê ainda um grande risco de desperdício das cargas de carne tancadas em bloqueios. Segundo o diretor, a carne pode ficar em caminhão refrigerado por até sete dias, após este período não pode ser consumida. “Mesmo aqueles frigoríficos que congelarem a produção, perderam valor agregado ao produto”, afirma. Ele estima que os estoque possam ser reabastecidos em dois dias após a paralisação ser encerrada.

O Rio Grande do Sul possui cerca de 300 frigoríficos que abastecem principalmente o mercado interno, sendo outros 3% da produção destinada a exportação e 3% aos estados de Santa Catarina e São Paulo.

GREVE

A paralisação dos caminhoneiros já dura quatro dias em cerca de 253 pontos de protestos, atingindo 23 Estados brasileiros e o Distrito Federal.. Os trabalhadores reivindicam a diminuição no preço dos combustíveis. A Petrobrás anunciou nesta quarta-feira, 23, uma redução de 10% por 15 dias no preço do diesel vendido pelas refinarias.

 

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